Estado, sempre um pé atrás

(*) Edvaldo de Melo Moreira

Analisando a situação brasileira do momento e principalmente no nosso querido Mato Grosso do Sul, podemos constatar essa máxima de quem sempre chega em segundo lugar; “sempre um passo atrás”, isso significa que perde sempre, ou que pelo menos, só fará alguma coisa depois do acontecido.

As aldeias indígenas, me parece que em uma década houve declínio, principalmente no quesito saúde e qualidade de vida, tínhamos um padrão muito bom na década passada, nesses dois quesitos, logo após séria crise que assolava o povo indígena nesse período. Melhoraram a assistência tanto da saúde, como da questão social. As equipes de saúde indígena tinham excelentes condições de trabalho, hoje me parece um tanto quanto questionável.

Ao ver crianças com fome não importando sua etnia, é de doer o coração. Em um estado considerado rico, pelo menos no quesito de alimentos (grãos), e uma agropecuária de encher os olhos, se torna inadmissível essa situação. Embora nessa última década com o aumento das usinas sucroalcooleiras atendendo interesses comerciais momentâneos, muitas terras do nosso estado (um passo atrás nos interesses da população), mudou parte do perfil econômico do estado, Trazendo grandes usinas e com elas alterando nosso processo de imigração (antes sendo inteiramente de estudantes, agora mão de obras vindas de estado mais pobres do Brasil), trazendo toda a problemática dos grandes centros, falta de empregos, saúde, moradia e aumentando a insegurança.

Não poderia de registrar o problema do momento, “violência carcerária” e mais uma vez, um estado que sempre “corre atrás”, nisso falo do Brasil como “estado”. O melhor investimento é a educação, e o controle das famílias que vivem em “risco social”, porém a figura do estado sempre chega depois! Crianças fora das salas de aula, ou dentro como se nunca estivessem dentro (fazem o que quer e assombram os professores, que ainda a cima de tudo, não podem trata-los de forma diferente). Quantas famílias conhecemos que expões as crianças aos mais diversos riscos sociais? E o estado, cadê? Hoje crianças, amanhã bandidos e criminosos! E quem é o “ESTADO?”, Somos nós quando negligenciamos o nosso papel na sociedade e todo o poderio político (executivo, legislativo e judiciário).

A barbárie ocorrida nos presídios é mais uma mancha na história do Brasil, aos olhos do mundo, que já não eram bons, somos um país em decadência moral, política e ainda acima de tudo ético (fora do padrão, isso devido ao entendimento de muitos que,” ladrão bom, é ladrão morto”. Esquecendo-se que, quem forma os ladrões é o estado), isso quando não oportuniza as nossas crianças a um futuro promissor, quando não retira o pátrio poder de famílias desestruturadas, permitindo que essa criança conheça seus próprios desígnios. H´, estão se matando uns aos outros, isso é bom! Famigerada ideia e falta de reflexão! Hoje estão dentro das cadeias, amanhã será seu vizinho, e ai? O que fazer? Não existe solução simples para problemas complexos.

Gostaria muito de ter as respostas e a solução, mas não é tão simples. Porém temos grandes sociólogos e pensadores, bem como grandes assistentes sociais com suas respostas prontas de banco de faculdade. Temos grandes juristas, temos a OAB, com os direitos humanos! Temos uma classe política muito bem articulada com os interesses sociais, temos grandes empresários prontos para abrirem mãos de grandes fortunas e realizarem trabalhos humanistas. Temos pessoas de bem nesse “estado”, que olha e assistem os problemas sociais com as mangas levantadas, e prontos para atuarem e fazerem o “bem”, assim quem sabe resolveremos partes dos problemas, que não são poucos. A frase que precisa ecoar nesse sentido é; Bandido bom, é bandido ressocializado, ou criança, ama,da e protegida, primeiramente pelos pais, se não, pelo estado que cuida e protege.

(*) É enfermeiro