Enxame de abelhas ataca grupo de pessoas na Barra da Tijuca

Várias pessoas foram atacadas por um enxame de abelhas próximo ao Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Elas estavam em uma balsa quando milhares de insetos começaram a distribuir ferroadas. O apicultor que fez a retirada da colmeia contou que lá havia quase 80 mil abelhas.
A gerente administrativa Elisângela Lopes foi perfurada por 280 ferrões.
“A gente estava no píer aguardando. Quando a balsa chegou, uma pessoa fez assim ‘Ai’ e começou o ataque. Eram milhões. E elas vieram tomando, perfurando. Tentávamos nos proteger com plástico, mas elas perfuram o tecido, elas perfuram roupa. E muitas furadas, muitas picadas. Ali eu achei que ia morrer. Todo mundo começou a se jogar na água e eu, sem saber nadar, me joguei no canal porque era uma tentativa para me salvar. Ainda assim, cada vez que eu voltava a superfície elas me picavam mais”, destacou Elisângela.

O encarregado de manutenção Mauro Sérgio conta que, na hora do ataque, ninguém sabia o que fazer. “Eu fui um dos últimos a entrar na água porque a minha colega não sabia nadar e a gente tentou o máximo possível jogar a balsa para o raso para pular na água e se salvar. Mas mesmo assim a gente mergulhava para não sermos atacados. Mas quando a gente subia elas atacavam”, explicou ele, que tomou 396 picadas e desmaiou 3 vezes após o ataque.

O condutor da balsa achou que não ia resistir. “Fiquei com bastante medo. Eram várias picadas e eu tentava proteger mais o olho. Porque eu tentava navegar e não conseguia. Aí teve uma hora que tive que falar para todo mundo pular na água, senão a gente ia morrer”, revelou.

Desequilíbro ambiental
A região tem outras colmeias. Pelo menos duas foram encontradas pela equipe de reportagem no caminho das balsas. Um apicultor conta que as abelhas não atacam sem motivo. Se isso acontece, é porque elas se sentem ameaçadas.
“Elas se comunicam através de um feromônio. Então elas têm feromônio para tudo. Elas se sentiram incomodadas, soltaram esse feromônio lá dentro e imediatamente saíram para o ataque e só param de atacar a vítima quando não há mais batimentos cardíacos”, contou o apicultor Marcelo Miranda.
Ele revelou que tem recebido muitos chamados e que os problemas acontecem porque há um desequilíbro na natureza. As abelhas acabam não tendo onde construir as suas colmeias e ficam cada vez mais perto das casas.
“Foi uma luta. Achei que ia morrer pela quantidade de picadas. E depois para me jogar na água sem saber nadar, sem saber a profundidade. É uma água suja, tem animais. A dor não foi a principal preocupação. Foi o desespero”, revelou Elisângela Lopes.