Eike nega negócios com Bumlai e diz ‘voltar ao mercado’ em dez dias

Em depoimento à CPI do BNDES, o empresário negou manter qualquer tipo de negócios com José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que é investigado pela Operação Lava Jato por suspeita intermediação de propina no esquema de corrupção na Petrobras; “Nunca tive nada com o senhor Bumlai. Nunca paguei nada a ele. O encontrei duas vezes. Meu relacionamento com o BNDES não tem relação com políticos”, afirmou Eike; ele negou estar falido e disse esperar “voltar ao mercado” nos próximos dez diaseike
Agência Câmara – O empresário Eike Batista negou, em depoimento à CPI do BNDES, ter negócios com o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula investigado pela Operação Lava Jato por suspeita de ter intermediado pagamentos de propina de empresas contratadas pela Petrobras.
“Nunca tive nada com o senhor Bumlai. Nunca paguei nada a ele. O encontrei duas vezes. Meu relacionamento com o BNDES não tem relação com políticos”, disse, ao responder pergunta do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), um dos autores dos requerimentos para sua convocação.
Jordy questionou o empresário a respeito de denúncias de que a empresa OGX teria usado recursos do Fundo da Marinha Mercante, financiamento feito com a destinação exclusiva para a construção de navios-plataforma, para outros fins.
“Isso nunca existiu”, respondeu o empresário.
“Mas o senhor continuou a atrair investidores, mesmo depois de constatar que não havia petróleo suficiente nos seus campos, o que deu prejuízos”, rebateu o deputado.
“Eu tinha um fundo soberano com meu sócio da holding (OGX). O fundo tinha como garantia as ações da companhia. Todo o dinheiro obtido com a venda das ações foram direcionados para pagamento dos credores”, explicou Batista.
Batista voltou a afirmar que o BNDES não teve qualquer prejuízo com os financiamentos feitos a empresas de seu grupo. E revelou que, como deu garantias pessoais a todos os financiadores de seus projetos, seu patrimônio, hoje, é negativo em 1 bilhão de dólares.
“Então o senhor está falido?”, perguntou Jordy.
“Não estou falido. Espero resolver isso nos próximos dez dias e voltarei ao mercado”, respondeu o empresário.
“O senhor é um fenômeno”, ironizou o deputado, que disse não estar satisfeito com as explicações fornecidas pelo empresário a respeito das acusações de que deu prejuízos a investidores e manipulou o mercado ao ocultar a baixa produtividade dos poços de petróleo obtidos pela OGX.
“Eu sei”, respondeu Batista, que provocou risos na audiência pública.
“O senhor, de bobo, não tem nada”, concluiu Jordy.