Dólar fecha em queda e vai abaixo de R$3,85

O dólar fechou em leve queda e abaixo de 3,85 reais nesta quarta-feira após o discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, vir em linha com as expectativas de operadores, que apostam que o banco central norte-americano deve elevar os juros neste mês, mas adotar postura gradual dali em diante.
O dólar recuou 0,50 por cento, a 3,8355 reais na venda. A moeda norte-americana atingiu 3,8320 reais na mínima da sessão e 3,8765 reais na máxima.
PUBLICIDADE.
20151106025137
“(O discurso) veio bem em linha com o esperado, praticamente não há surpresas”, disse o presidente da empresa de investimentos Libertyview Capital Management, Rick Meckler. “O Fed deu aos investidores muito tempo e muitas direções sobre como pretende (elevar os juros). Se for uma surpresa para você, você não está acompanhando essa história”.
Yellen afirmou que o “está esperando” pela alta de juros, que será vista como uma prova da recuperação após a economia atravessar por uma recessão. No texto preparado para seu discurso, ela não indicou se ainda espera que seja justificável que o Fed eleve os juros em sua reunião em duas semanas.
Juros mais altos nos Estados Unidos poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil, mas muitos operadores acreditam que o mercado já incorporou esse cenário e passaram a se concentrar no ritmo dos aumentos seguintes. Os juros futuros norte-americanos apontavam chances de mais de 75 por cento de a primeira alta vir neste mês.
No cenário local, investidores evitaram fazer grandes operações enquanto o Congresso votava a mudança da meta de resultado primário de 2015. Pelo segundo dia consecutivo, a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados adiou votação do andamento do processo contra o presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação.
O mercado ainda repercutiu positivamente a aprovação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do destaque que incluiu nas receitas do Orçamento de 2016 a previsão de arrecadação vinda da CPMF, no valor de cerca de 10 bilhões de reais. O imposto é considerado crucial para o ajuste fiscal pelo governo e ainda precisa ser recriado por meio de aval do Congresso Nacional.
“O mercado opera hoje com um olho na agenda externa e outro no Congresso Nacional”, resumiu o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
Pela manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, vendendo a oferta total de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o correspondente a 1,096 bilhão de dólares, ou cerca de 10 por cento do lote total, equivalente a 10,694 bilhões de dólares. EXAME
PUBLICIDADE.
MERCADO