Dólar fecha em alta e volta a R$ 4,10, de olho em cenário externo e taxa de juros


O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (9), apesar da sessão mais positiva no cenário externo diante de algum alívio em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China. O mercado também repercute apostas de continuidade dos cortes de juros no Brasil pelo Banco Central com a notícia de deflação em setembro.

A moeda norte-americana subiu 0,28%, vendida a R$ 4,1023. No mês, o dólar acumula queda de 1,27%, mas no ano há alta de 5,89%. Para Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, o fator externo positivo ainda pesava, apesar de existir muita incerteza sobre as negociações comerciais. “A tendência ainda é positiva, mas tudo pode mudar ao longo da sessão”, afirmou à Reuters.

As expectativas de um acordo entre China e EUA se elevaram depois de notícia afirmando que o país asiático ainda está aberto para fechar um acordo parcial, apesar da recente lista de sanções a empresas de tecnologia chinesas. O vice-premiê chinês, Liu He, chegará nesta semana a Washington para negociações comerciais. Ele vai se encontrar com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, na quinta-feira.

No Brasil

Na cena doméstica, o país registrou deflação em setembro pela primeira vez em 10 meses, no resultado mais fraco para o IPCA no mês em 21 anos e indo abaixo de 3% no acumulado em 12 meses. Segundo Campos Neto, o dado reforça a posição do Banco Central de dar continuidade aos cortes da Selic, reduzindo o diferencial de taxa do Brasil em relação ao restante do mundo.

“Isso acaba reduzindo a queda do dólar contra o real, mesmo com a cena externa mais positiva”, afirmou à Reuters. Cleber Alessie Machado, operador da H. Commcor, disse ao Valor Online que a redução do diferencial de juros “diminui a atratividade da nossa moeda, que já está em queda livre. O mercado está percebendo que o diferencial do real está indo para zero.”

Nesta sessão, o BC vendeu nesta quarta todo os US$ 525 milhões em moeda spot ofertados, e 10.500 contratos de swap cambial reverso (oferta de 10.500 contratos).

Fonte: Fiems