Dólar encosta em R$ 3,35 após rejeição da reforma trabalhista

Às 13:55, a moeda americana avançava 1,48 por cento, a 3,3336 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,3426 reais

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Por Reuters
São Paulo – O dólar ampliou a alta a cerca de 1,5 por cento, encostando em 3,35 reais, após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitar o texto principal da reforma trabalhista nesta terça-feira, sinalizando que o governo do presidente Michel Temer está com menos força política dentro do Congresso Nacional.

Às 13:55, o dólar avançava 1,48 por cento, a 3,3336 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,3426 reais, maior patamar intradia desde 19 de maio (3,3471 reais). O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,60 por cento.

“O sinal é muito ruim… de perda de força de Temer”, afirmou o economista da gestora Infinity, Jason Vieira, em comentário.

A CAS rejeitou o parecer da reforma trabalhista redigido pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), imprimindo ao governo uma importante e surpreendente derrota. Por 10 votos a 9, os senadores não aprovaram a proposta, que vinha sendo utilizada pelo governo para demonstrar que ainda tem força no Congresso.

A crise política que acertou em cheio o governo após delações de executivos do grupo J&F soou o alarme entre os investidores sobre o rumo das reformas, em especial da Previdência, no Congresso. Por isso, a cautela tem sido a tônica dos mercados financeiros nas últimas semanas.

Os investidores trabalhavam ainda atentos aos rumos das investigações envolvendo Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal concluiu que há indícios de prática de corrupção passiva de Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, segundo uma fonte.

Ainda na agenda política, há o julgamento do pedido de prisão contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), formulado pela Procuradoria-Geral da República, também no STF.

“O apoio da bancada do PSDB é tido como frágil visto que o desembarque da sigla pode acontecer a qualquer momento”, comentou a Correparti Corretora em relatório.

Pela manhã, a alta do dólar também foi influenciada pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, onde tinha elevação ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais –equivalente à venda futura de dólares– para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 4,100 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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