Em maio, todo o País será oficialmente reconhecido como área livre de aftosa com vacinação
Embora Mato Grosso do Sul seja livre de aftosa com vacinação há sete anos, a decisão da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) de considerar o País todo nessa condição impacta positivamente no mercado pecuário do estado, que já contabiliza avanço expressivo nas vendas externas. A decisão oficial da entidade internacional será oficializada em maio, segundo informação dada nesta terça-feira (20) pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
No Brasil, apenas os estados de Roraima, Amapá e partes do Amazonas e Pará não eram considerados como livres de aftosa com vacinação. Nacionalmente, esse reconhecimento foi feito no ano passado. Agora, também a OIE vai incluir essas regiões na relação das zonas livres da doença.
O diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Luciano Chiochetta, lembra que, depois dos casos de aftosa em 2005 no sul do estado (Japorã, Mundo Novo e Eldorado), Mato Grosso do Sul só foi reconhecido como área livre da doença (mas com vacinação) em 2008.
No entanto, por recomendação da OIE, foi implantada, em 2006, a ZAV (Zona de Alta Vigilância) na fronteira sul-mato-grossense. A região, com ações de vigilância mais rigorosas, estava excluída da área livre de aftosa. A inclusão ocorreu em 2011. Desde então, todo Mato Grosso do Sul é reconhecido como livre da doença com vacinação.
De acordo com Chiochetta, agora, com o reconhecimento da OIE de todo o País como livre de febre aftosa, o mercado pecuário nacional é beneficiado como todo. Entre os reflexos, está a facilitação do trânsito animal, o que pode estimular o comércio. Externamente, o Brasil pode conquistar mais mercados.
Expansão de mercados – A analista de Economia da Famsul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eliamar de Oliveira, concorda que a condição de livre de aftosa a todo o País pode resultar em abertura gradativa de novos mercados. “Ter esse selo pode permitir que o País conquiste mercados mais exigentes”, afirma.
Segundo a economista, alguns países, com exigência maior, evita comprar ou restringe a aquisição a carnes processadas do Brasil, sem considerar que apenas pequena parte do País não estava na lista da área livre de aftosa. “Agora poderão importar cortes mais gerais”, acrescenta. Essa situação beneficia os estados produtores, como Mato Grosso do Sul.
Na avaliação de Eliamar, o cenário pecuário atual é positivo. “A pecuária do estado vive um bom momento. Há aumento da oferta, mas o mercado externo está respondendo bem”, finaliza.
Exportação – O comentário da economista se fundamenta em números expressivos. De acordo com o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), as exportações sul-mato-grossenses de carne in natura somaram US$ 48,62 milhões em janeiro de 2018. O valor representa alta nominal (sem considerar a inflação) de 31% sobre o montante de igual período do ano passado, de US$ 37,01 milhões.
Foram embarcados 10,78 mil toneladas de carne bovina de Mato Grosso do Sul em janeiro deste ano. No mesmo mês de 2017, foram 8,91 milhões de toneladas. O preço médio subiu, assim, de US$ 4.150 a tonelada para R$ 4.510 a tonelada.
Mato Grosso do Sul é o quarto maior exportador de carne bovina do Brasil, superado apenas por Mato Grosso, São Paulo e Goiás.
Produção – Também há crescimento no volume de abates. A alta é de 13%, de 254.490 para 288.302 cabeças na comparação entre janeiro de 2017 e deste ano, de acordo com dados da SFA (Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O destaque são as fêmeas: a quantidade aumentou 22,9%, de 113.871 para 140,021 animais.
A economista da Famasul explica que o avanço dos abates de matrizes decorre dos preços baixos dos bezerros. Ou seja, ao produtor é mais vantajoso destinar as vacas aos frigoríficos que para a reprodução.
Fonte: Campo Grandenews
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