De volta à estaca zero.Covid-19, BH amanhece de portas fechadas nesta 2ª, como no início da pandemia.

Capital já teve 1.938 mortes provocadas pelo novo coronavírus. Anúncio do fechamento do comércio não essencial foi feito na última quarta-feira e confirmado em decreto na sexta-feira.

De volta à estaca zero. Assim como aconteceu em março e, depois, em junho do ano passado, Belo Horizonte volta a amanhecer, nesta segunda-feira (11), com as portas das lojas de rua e de shoppings fechadas. A exceção são as atividades consideradas “essenciais”, como padarias, supermercados e postos de gasolina (veja lista completa ao final da reportagem).

O novo fechamento foi anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) na quarta-feira (6), e oficializado em um decreto, publicado na última sexta-feira (8). As medidas começam a valer a partir desta segunda (11), por tempo indeterminado.

Prefeitura publica decreto e comércio de BH fica restrito às atividades essenciais

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Além dos serviços essenciais, praças públicas permanecerão abertas, ao contrário do que aconteceu no início do ano passado com cinco grandes praças, assim como os parques públicos e o zoológico da cidade, com visitas agendadas previamente.

Além disso, qualquer estabelecimento pode funcionar no sistema de delivery e de drive-thru, além de retirada na porta, no caso de bares e restaurantes.

Segundo a prefeitura, mesmo com as restrições, um total de 153.947 empresas de serviços e de atividades essenciais (82% das empresas ativas instaladas na capital) continuarão autorizadas a funcionar.

Mesmo assim, representantes do comércio reagiram à decisão da prefeitura e pediram reunião com o prefeito. Houve protestos de algumas categorias, como a de donos de academias.

Manifestantes protestam contra fechamento de academias em frente à prefeitura de Belo Horizonte — Foto: Flávia Cristini/TV Globo

Manifestantes protestam contra fechamento de academias em frente à prefeitura de Belo Horizonte — Foto: Flávia Cristini/TV Globo

Quarentena é por tempo indeterminado

A decisão, segundo a prefeitura, leva em consideração os três índices monitorados pelo executivo municipal durante a pandemia: o número médio de transmissão por infectado (RT); a ocupação de leitos de UTI; e a ocupação de leitos de enfermaria.

Os dados mais atualizados, divulgados na sexta-feira (8), mostram a situação de alerta na capital mineira, com 83,3% dos leitos de UTI ocupados e 1.938 mortes provocadas pela Covid-19 na cidade. Desde o início da pandemia, já foram notificadas 68.213 confirmações.

Belo Horizonte se aproxima de 2 mil mortes por Covid-19

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“Chegamos ao limite da Covid-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. Tentamos manter a cidade aberta há 10 dias, quando os números ainda eram perigosos, mas nós tínhamos, pelo menos, uma expectativa de responsabilidade (…) O comerciante tem que se preparar porque sexta-feira nós estamos soltando um decreto voltando a cidade à estaca zero”, disse Kalil, na quarta-feira.

A prefeitura seguirá monitorando os indicadores epidemiológicos para avaliar sobre a possibilidade de mudanças no processo de reabertura. Portanto, a quarentena permanecerá o tempo necessário para redução dos números, que é indeterminado.

Lojas fechadas na praça da Savassi, na manhã desta segunda-feira (11). — Foto: Cristina Moreno de Castro / G1

Lojas fechadas na praça da Savassi, na manhã desta segunda-feira (11). — Foto: Cristina Moreno de Castro / G1

O que pode funcionar?

Veja quais são os serviços considerados essenciais pela prefeitura, e que poderão se manter em funcionamento, a partir de 11 de janeiro e enquanto durar a quarentena:

  • Padaria (de 5h às 22h)
  • Comércio varejista de laticínios e frios (de 7h às 21h)
  • Açougue e Peixaria (de 7h às 21h)
  • Hortifrutigranjeiros (de 7h às 21h)
  • Minimercados, mercearias e armazéns (de 7h às 21h)
  • Supermercados e hipermercados (de 7h às 22h)
  • Artigos farmacêuticos (sem restrição de horário)
  • Artigos farmacêuticos, com manipulação de fórmula (sem restrição de horário)
  • Comércio varejista de artigos de óptica (sem restrição de horário)
  • Artigos médicos e ortopédicos (sem restrição de horário)
  • Tintas, solventes e materiais para pintura (de 7h às 21h)
  • Material elétrico e hidráulico, vidros e ferragem (de 7h às 21h)
  • Madeireira (de 7h às 21h)
  • Material de construção em geral (de 7h às 21h)
  • Combustíveis para veículos automotores (sem restrição de horário)
  • Peças e acessórios para veículos automotores (de 8h às 17h)
  • Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo – GLP (sem restrição de horário)
  • Comércio atacadista da cadeia de atividades do comércio varejista listado nesta relação (5h às 17h)
  • Agências bancárias: instituições de crédito, seguro, capitalização, comércio e administração de valores imobiliários (sem restrição de horário)
  • Casas lotéricas (sem restrição de horário)
  • Agência de correio e telégrafo (sem restrição de horário)
  • Comércio de medicamentos para animais (sem restrição de horário)
  • Atividades de serviços e serviços de uso coletivo, exceto os especificados no art. 2º do Decreto nº 17.328, de 8 de abril de 2020 (sem restrição de horário)
  • Atividades industriais (sem restrição de horário)
  • Restaurantes, desde que em sistema de delivery ou retirada na porta (sem restrição de horário)
  • Banca de jornais e revistas (sem restrição de horário)
  • Atividades acima, em funcionamento no interior de shopping centers, galerias de loja e centros de comércio (deverão ser observados os horários de cada atividade)
  • Praças públicas
  • Parques públicos e zoológico (desde com agendamento prévio).
Padarias são considerados serviços essenciais e vão poder continuar funcionando normalmente (imagem ilustrativa). — Foto: Reprodução/TV TEM

Padarias são considerados serviços essenciais e vão poder continuar funcionando normalmente (imagem ilustrativa). — Foto: Reprodução/TV TEM

Veja a seguir algumas atividades que estão suspensas por tempo indeterminado:

  • comércio de vestuário, calçado, relojoaria, papelaria, entre outros;
  • bares e restaurantes (mas é autorizado delivery e retirada no local);
  • casas de shows e espetáculos de qualquer natureza;
  • boates, danceterias, salões de dança;
  • casas de festas e eventos;
  • feiras, exposições, congressos e seminários;
  • shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas;
  • cinemas e teatros;
  • clubes de serviço e de lazer;
  • academia, centro de ginástica e estabelecimentos de condicionamento físico;
  • clínicas de estética e salões de beleza;
  • parques de diversão e parques temáticos;
  • autorizações para eventos em propriedades e logradouros públicos;
  • autorizações de feiras em propriedade;
  • autorizações para atividades de circos e parques de diversões;
  • escolas;
  • feiras públicas, como a Feira Hippie;
  • festas em espaços comuns de condomínios residenciais ou corporativos.
Clubes estão entre atividades proibidas a partir de 11 de janeiro e vão voltar a fechar em Belo Horizonte. Na foto, o Iate Clube. — Foto: TV Globo

Clubes estão entre atividades proibidas a partir de 11 de janeiro e vão voltar a fechar em Belo Horizonte. Na foto, o Iate Clube. — Foto: TV Globo

Por G1 Minas — Belo Horizonte