Corpo queimado em canavial é de rapaz morto pela mãe por ser gay

Segundo investigações, mulher contou com a ajuda de três jovens para assassinar o filho e do marido para esconder a vítima
O Estado de S.Paulo.

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SOROCABA – Um exame de DNA confirmou ser de Itaberlly Lozano, de 17 anos, morto em dezembro, o corpo encontrado carbonizado, em janeiro, em canavial de Cravinhos, no interior de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz foi morto pela própria mãe, com a ajuda do padrasto, por ser gay.

O laudo, do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, ficou pronto nesta quinta-feira, 13. Os restos mortais, que permaneciam no IML de Ribeirão Preto aguardando o resultado do DNA, foram liberados à família e serão sepultados nesta sexta-feira, 14.

Mãe confessa ter matado filho a facadas; parentes falam em homofobia
Crime
As circunstâncias do assassinato chocaram a cidade de 34 mil habitantes, na região de Ribeirão Preto. A Polícia Civil e o Ministério Público acusam a mãe do rapaz, a gerente de supermercado Tatiana Ferreira Lozano Pereira, de 33 anos, de ter tramado a morte do filho por não aceitar sua condição de homossexual. Ela contou com a ajuda de outros três jovens para o crime, executado na noite de 29 de dezembro, e do marido, padrasto do rapaz, para esconder o corpo.

O casal Alex Pereira e Tatiana Lozano foi autuado por homicídio duplamente qualificado, com agravantes, e ocultação de cadáver Foto: Facebook/Reprodução
Itaberlly foi atraído para a casa da mãe e morto com facadas no pescoço. Tatiana foi ajudada por Victor Roberto da Silva, de 19 anos, Miller da Silva Barissa, de 18, e por uma garota de 16.

De acordo com a investigação, os dois rapazes espancaram e tentaram enforcar Itaberlly, mas, como ele resistia, a própria mãe o esfaqueou. Tatiana e o marido, o tratorista Alex Canteli Pereira, de 30 anos, levaram o corpo até o canavial e atearam fogo.

Seis dias antes de ser assassinado, o rapaz postou em rede social que a mãe o havia espancado por ser homossexual. No texto recuperado pela polícia ele escreve: “Lembrando que essa mulher que eu chamava de mãe me espancou e colocou uma renca de mlk (moleques) atrás de mim para me bater, me pôs para fora de casa e me deu uma pisa (surra), sabe por quê? Porque eu sou gay”.

Vítima ao lado da família
‘Família em primeiro lugar’,
comentou Itaberlly Lozano nas fotos
que postou ao lado da mãe, do padrasto e do irmão tiradas no último Natal Foto: Facebook/Reprodução

Justiça
O casal e os dois rapazes estão presos. A garota está sob custódia, já que a polícia acredita que ela também tenha participado do assassinato. O processo segue em segredo de justiça por envolver menores, e a próxima audiência está marcada para o dia 2 de agosto.

O Ministério Público acusa a mãe de homofobia e quer levar os acusados a júri popular, sustentando a tese de homicídio duplamente qualificado. A defesa do casal atribui o crime aos dois jovens que foram chamados por ela apenas para dar um “corretivo” no filho.

Já segundo o defensor desses acusados, eles apontam a mãe como executora do assassinato. A página de Itaberlly no Facebook foi convertida em memorial, com mensagens de luto e pedidos de justiça.
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