Chefe do tráfico de armas e drogas na fronteira será expulso para o Brasil

Levi Adriani Felicio era o principal fornecedor do PCC e do Comando Vermelho

Preso deve ser expulso para o Brasil ainda hoje. Foto: ABC Color

Levi Adriani Felicio, preso na segunda-feira (14) durante a Operação Norte, deflagrada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, será expulso ao Brasil. Ele é tido como principal fornecedor de armas e drogas às facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), que atuam na fronteira com o Brasil, especialmente na linha internacional com Mato Grosso do Sul.

De acordo com o jornal paraguaio ABC Color, autoridades foram informadas que o habeas corpus que impedia Levi de ficar preso no Brasil foi indeferido, motivo pelo qual poderá ser enviado ao país ainda nesta terça-feira (15), para responder a pelo menos três processos criminais. Desde o momento da prisão, o Ministério Público do Paraguai negociava a expulsão, considerando a alta periculosidade de Levi e a possibilidade de tentativa de resgate.

Ele é considerado, por exemplo, mais perigoso do que Marcelo Fernando Pinheiro, também conhecido como Marcelo Piloto, que chefiava o CV (Comando Vermelho) na fronteira. Conforme noticiado ontem, Levi exercia influência até mesmo sobre policiais, oferecendo suborno em troca de facilidades para exercer o tráfico de armas e drogas. A direção da Senad, responsável pela operação, admitiu que policiais se vendiam por dinheiro.

Operação Norte

A região norte do Paraguai, justamente onde o país se encontra com Mato Grosso do Sul, tem continuamente sido ligada ao controle pelo narcotráfico, sendo comparada à fronteira mexicana com os EUA, que sofreu colapso na segurança pública e teve o controle totalmente assumido pelos criminosos. A operação foi deflagrada por volta das 4 horas da madrugada desta segunda-feira (14), quando Levi foi preso em seu apartamento de luxo, no bairro Villa Morra, em Assunção.

Também foi preso o paraguaio Marcio Gayoso “Candonga”, de 27 anos, localizado em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. Marcio é tido como braço direito de Levi na logística com as organizações criminosas.