CAIXA-FORTE. Federal busca contador de facção em presídio

Nova ação da PF mantém cerco à estrutura financeira de grupo

A Polícia Federal saiu novamente às ruas, nesta sexta-feira, para atacar ramificações da  facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), chegando a um contador do grupo que “trabalhava” de dentro de presídio. Na terça-feira (6), a PF realizou a Operação Cravada, para desmontar o gerenciamento financeiro da facção, o qual era responsável pelo recolhimento, gerenciamento e emprego de valores para financiamento de crimes em Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais. 

Nesta sexta-feira, em outra etapa da ofensiva, denominada Operação Caixa-Forte, os federais reprimiram crimes como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, praticados em âmbito nacional.

De acordo com as informações, a Caixa-Forte identificou um indivíduo que seria o responsável pela contabilidade do tráfico de drogas do PCC. Trata-se de um homem que se encontra preso em Piraquara (PR). Era ele quem fornecia as contas bancárias nas quais os depósitos que davam sustentação à facção deveriam ser feitos e conferia os dados das transações por aplicativos de mensagens no celular. 

Todos os dados eram registrados em tabelas de papel e repassados, por telefone, para outros integrantes do grupo fazerem a digitalização fora da cadeia.

Os valores eram aplicados em depósitos fracionados em pequenas quantias – R$ 20, R$ 30, R$ 50 –, que, antes de atingir o montante de R$ 10 mil, eram sacados ou transferidos para outras contas, até que esse dinheiro pudesse chegar à liderança da facção. 

FORÇA-TAREFA

Como desdobramento das investigações, uma força-tarefa das polícias Federal, Rodoviária Federal e Civil de Minas Gerais realizou a Operação Caixa-Forte. A ação contou com a participação de pelo menos 250 policiais, dando cumprimento a 52 mandados de prisão preventiva, 48 mandados de busca e apreensão, 45 mandados de sequestro de valores/bloqueio de contas bancárias em 18 cidades e unidades prisionais de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

As ordens judiciais foram expedidas pela Vara de Tóxicos de Belo Horizonte, sendo cumpridas nos municípios mineiros de Uberaba e Conceição da Alagoas; em Campo Grande e Corumbá, em Mato Grosso do Sul; nos municípios de São Paulo, Ribeirão Preto, Itaquaquecetuba e Embu das Artes; e nas cidades paranaenses Curitiba, Londrina, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Colombo, Fazenda Rio Grande, Goioerê, Mandirituba, Matinhos, Paranaguá, Pinhais e Piraquara.

Iniciadas em novembro de 2018, as investigações apontaram uma ramificação estruturada dentro da facção. O setor era responsável por gerenciar o tráfico de drogas, distribuindo os entorpecentes que garantiam o sustento da organização criminosa, e orquestrar a lavagem de dinheiro dos valores oriundos dos crimes praticados. CORREIO DO ESTADO