Brasil teria pelo menos 31 facções criminosas com nomes diferentes em presídios, aponta USP

Um estudo feito por pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) revela que o Brasil conta hoje com pelo menos 31 facções criminosas com nomenclaturas diferentes no sistema prisional dos 26 estados e no Distrito Federal.


O Primeiro Comando da Capital (PCC) está presente em 25 deles só não tendo integrantes no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. 
Já o Comando Vermelho (CV), que hoje rivaliza com o grupo paulista, estaria presente em 11 estados. Além do Rio de Janeiro, está no Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Mato Grosso e Goiás).
Os estados do Rio Grande do Sul e da Bahia são os que possuem mais facções criminosas diferentes, com sete e seis grupos respectivamente. 
Confira as facções presentes em cada Estado:


REGIÃO NORTEAcre – PCC,  CV e Bonde dos 13Amapá – PCC e CVAmazonas – Família do Norte (FDN) e PCCPará – PCC, CV, Bonde dos 30, Comando Classe A e União do Norte Rondônia – PCC e CVRoraima – PCC e CVTocantins – PCC e Máfia Tocantinense
REGIÃO NORDESTEAlagoas – CV e PCCBahia – Catiara, PCC, Comando da Paz, Quadrilha do Perna, Mercado do Poco Atitude, Bonde dos Malucos Ceará – CV, PCC e Guardiões do Estado (GDE)Maranhão – Bonde dos 40, Primeiro Comando do Maranhão (PCM) e PCCParaíba – PCC, Estados Unidos e Okadia Pernambuco – PCC e OkadiaPiauí – PCCRio Grande do Norte – PCC, CV e Sindicato do CrimeSergipe – PCC
SUDESTEEspírito Santo – PCC e Primeiro Comando de Vitória (PCV)Minas Gerais – PCC e Familia MonstroRio de Janeiro – CV, Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA)São Paulo – PCCREGIÃO SULParaná- PCC e Máfia ParanaenseRio Grande do Sul – Manos, Bala na Cara, Abertos, Unidos pela Paz, Primeiro Comando do Interior (PCI), Os Tauros e Os BrasasSanta Catarina – PCC e Primeiro Grupo Catarinense (PGC)REGIÃO CENTRO-OESTEDistrito Federal – CVGoiás – PCC, CV e Família MonstroMato Grosso – CVMato Grosso do Sul – PCC


Segundo o estudo, esse mapa foi elaborado a partir de uma compilação de informações oriundas de várias fontes (imprensa, documentos oficiais, entrevistas com presos, servidores do sistema prisional, policiais, juízes e promotores e documentos produzidos pelos presos). Os autores (Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias) consideram importante enfatizar a dinamicidade desse fenômeno, o que faz com que o mapa seja um retrato de um determinado momento e cuja finalidade não é esgotar essa descrição, mas, apenas apontar de forma aproximada a maior ou menor fragmentação da população carcerária.
Esse número de facções no interior dos presídios pode ser ainda maior. O estudo faz referência a uma reportagem da Revista Carta Capital em janeiro de 2017 que afirma que existiria um total de 83 grupos em penitenciárias brasileiras, apontado por exemplo a atuação de organizações não incluídas na lista da USP como o CRBC (Comando Brasileiro Revolucionário da Criminalidade), CDL (Comando Democrático da Liberdade) e Seita Satânica, em São Paulo, e Inimigos dos Inimigos (IDI) e Amigos de Israel, no Rio de Janeiro. A matéria diz porém muitas facções não possuíam  uma hierarquia organizada, e muitas são passageiras, pequenas e desorganizadas.
Sobre esse assunto, o Ministério da Segurança Pública já havia informado em julho que seria criada uma Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado. O foco da comissão seria o combate às facções criminosas que atuam no sistema penitenciário brasileiro.

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