O setor de proteína animal, principalmente frango e suínos, foi bastante afetado pela greve dos caminhoneiros, no final de maio
POR ESTADAO CONTEUDO
ECONOMIA CAPITAL DE GIRO
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, anunciou nesta terça-feira (3) a liberação de uma linha de R$ 1,5 bilhão de capital de giro para o setor de produção de carne suína e frango. O setor de proteína animal, principalmente frango e suínos, foi bastante afetado pela greve dos caminhoneiros, no final de maio, que travou o abastecimento de produtos no País, prejudicando a cadeia produtiva do setor. Segundo Oliveira, as empresas desses setores precisam neste momento de repor estoques, repor animais, por isso, a disponibilização da linha.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Michel Temer. A nova linha terá prazo de pagamento de 60 meses, incluindo 24 meses de carência, informou Dyogo Oliveira. A taxa de juros será TLP mais o spread de risco e o spread básico do banco que varia conforme a empresa, o que deve chegar ao tomador final em torno de 10% a 11% ao ano.
Segundo o presidente do BNDES, a linha já está disponível e as empresas podem entrar diretamente no banco e através de seus agentes financeiros para solicitar a operação.
O presidente do BNDES disse que a orientação de Temer é dar força ao projeto de transformação estratégica que está sendo implementado pelo banco de fomento e inclui 12 projetos, que deverão ser concluídos até o final do ano, que vão desde a organização interna do banco até a captação de recursos para a continuidade das atividades do banco. “Estamos implementando (a transformação estratégica do BNDES) com o objetivo de fazer a transição do BNDES da história de ser um banco monopolista de taxas de juros muito baixas, subsidiadas, para um banco que vai ter mais disponibilização de recursos para pequenas e médias empresas e mais foco na área de infraestrutura”, disse Dyogo Oliveira.
Essa transformação estratégica inclui uma mudança do banco de menor dependência de recursos do Tesouro Nacional. Para Dyogo Oliveira, trata-se de “uma página virada da história” de o banco oferecer taxas com juros subsidiados. “Então é preciso que o banco se modernize e vire a página deixando para trás uma história que era baseada na distribuição de juros baixos com taxas subsidiadas pelo governo e que, inclusive, foram objetos de críticas”, completou. Segundo ele, há uma preocupação de adequar o funding do BNDES à nova realidade do País.
Ele também falou que os 12 projetos inclui estratégia de captação de recursos do banco, no novo cenário de menor dependência de recursos do Tesouro. Segundo ele, a transformação vai melhorar a eficiência operacional do banco. Para o presidente da instituição, o elemento chave do processo de modernização é a digitalização do banco. Segundo ele, digitalização para dentro, nos seus processos internos e também no relacionamento com clientes e com outros agentes financeiros.
Dyogo Oliveira lembrou que o BNDES é o principal financiador do investimento de longo prazo do Brasil, que tem função estratégica de apoiar os setores portadores de futuro, setores que agregam valor, que trazem novas tecnologias. Com informações do Estadão Conteúdo.