Aumento do dólar fez esmagadoras comprarem mais soja

“A nova alta de 0,37% do dólar, que elevou a cotação da moeda americana aos níveis mais elevados dos últimos 11 meses”

As indústrias esmagadoras compraram a maior parte das 700 mil toneladas negociadas ontem, devido ao aumento do dólar. De acordo com o especialista Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, a maior parte da soja brasileira está sendo direcionada para a exportação. 

“Com a nova alta do dólar e vendo que a sua matéria prima está sendo direcionada à exportação, as indústrias esmagadoras de soja no Brasil decidiram garantir o seu abastecimento e adquiriram a maior parte das 700 mil toneladas negociadas no país, nesta segunda-feira. A nova alta de 0,37% do dólar, que elevou a cotação da moeda americana aos níveis mais elevados dos últimos 11 meses, somadas à alta de 10,50cents/bushel das cotações de Chicago, levaram os preços oferecidos pelas Tradings nos portos brasileiros a avançarem 1,27% para a média de R$ 88,56/saca no mercado spot, embora em alguns portos tenha atingido R$ 90,00/saca para embarque e pagamento em setembro”, explica. 

Desta forma, os ganhos da soja exportada em agosto também voltaram a subir para 14,58% (13,12%), segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No mercado interno a alta foi maior, de 1,77%, contra 0,47% do dia anterior; os preços médios oferecidos pelas indústrias esmagadoras estão se mantendo no território positivo já por sete dias ininterruptos, saltando para R$ 82,32 (80,93)/saca, aumentando os ganhos do mês para 13,84% (11,86)%. 

 “Como a margem de esmagamento (crush margin) das indústrias chinesas está reduzida, no mercado à vista, a demanda deste país esteve ausente, esfriando o mercado de prêmios. Na verdade, a atividade maior desta segunda-feira foi das indústrias brasileiras, que estavam assistindo a sua matéria prima ser encaminhada para a exportação e resolveram se posicionar fortemente, com percentuais maiores, como mostramos acima e compraram grandes volumes”, conclui. 

Fonte: AGROLINK