Ação penal contra Puccinelli chega à Justiça Estadual

Processo está na 2ª Vara Criminal da Capital; promotor poderá ratificar denúncia ou pedir arquivamento

O processo em que o ex-governador André Puccinelli, o filho dele, André Puccinelli Junior, e os empresários João Alberto Krampe Amorim e João Baird, entre outros, são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro já está na Justiça Estadual. Os autos, que tiveram origem em investigação da Polícia Federal, na operação Lama Asfáltica, foram distribuídos à 2ª Vara Criminal de Campo Grande, sob a responsabilidade do juiz Oliver Coneglian.

A distribuição ocorre três meses após decisão colegiada do Tribunal Regional da 3ª Região, que entendeu as supostas propinas pagas pelo grupo JBS – fato delatado por Ivanildo da Cunha Miranda – deveriam ser objeto de ação penal na Justiça Estadual, e não Justiça Federal. A origem das propinas estaria em benefícios fiscais concedidos pelo governo do Estado, alegou a defesa dos envolvidos na ocasião.

Além de Puccinelli, do filho dele, Amorim e Baird, também estão entre os réus do processo o ex-secretário adjunto de Fazenda André Luiz Cance; a secretária de João Amorim e da empreiteira Proteco, Elza Cristina Araújo dos Santos; o advogado João Paulo Calves, apontado como o testa de ferro de Puccinelli; o proprietário da Gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior; além de Antônio Celso Cortez, sócio da PSG Informática e sócio de Baird na extinta empresa Itel Informática. Baird também foi apontado como dono do jatinho Embraer Phenon 100, apelidado como “Cheio de Charme”. A aeronave era frequentemente utilizada pelos políticos e empresários envolvidos na Lama Asfáltica. O avião está em nome da Mil Tec informática, empresa que também é citada na denúncia do Ministério Público Federal.

Conforme a denúncia do MPF, a JBS pagava a propina em caixas e mochilas. João Roberto Baird e Antônio Celso Cortez, alguns dos que recebiam a propina paga em espécie, teriam se apoderado de R$ 15,2 milhões, entre 2012 e 2015.

Diferentemente da 3ª Vara da Justiça Federal, onde o processo tramitava até decisão do TRF3, na Justiça Estadual o processo tramita em segredo. Advogados das partes envolvidas informaram ao Correio do Estado que eles ainda não tiveram acesso aos autos. correiodoestado