‘A parte legislativa avançou neste ano’, diz economista

‘A parte legislativa avançou neste ano’, diz economista

Daqui para a frente, será preciso seguir melhorando a regulação para atrair o setor privado, pois não há espaço para investimentos públicos, afirma Frischtak

'A parte legislativa avançou neste ano', diz economista

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27/09/20 16:00 ‧ HÁ 17 HORAS POR ESTADAO CONTEUDO

ECONOMIA PANDEMIA

Com a pandemia, 2020 foi perdido para a infraestrutura?

Não acho que é um ano perdido, porque a parte legislativa avançou. Poderia ter avançado mais? Claro, poderia, mas avançou num setor fundamental que é saneamento básico. O marco foi aprovado.

Quais os obstáculos que se mantêm, com ou sem pandemia?

A questão das agências reguladoras. Houve um avanço, ano passado, com a aprovação da nova lei das agências. Nesse caso, os vetos não foram bons, mas temos uma nova lei. Se, de um lado, a legislação avançou e melhorou o ambiente regulatório, a prática da nomeação de diretores e a percepção de interferência política pioraram. Quando colocamos as duas coisas na balança, infelizmente a percepção de interferência domina.https://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-5990868310294203&output=html&h=300&adk=2422138604&adf=3462777521&w=360&lmt=1601300474&num_ads=1&rafmt=1&armr=3&sem=mc&pwprc=8286682711&psa=1&guci=2.2.0.0.2.2.0.0&ad_type=text_image&format=360×300&url=https%3A%2F%2Fwww.noticiasaominuto.com.br%2Feconomia%2F1675174%2Fa-parte-legislativa-avancou-neste-ano-diz-economista&flash=0&fwr=1&pra=3&rh=275&rw=330&rpe=1&resp_fmts=3&sfro=1&wgl=1&fa=27&dt=1601300474371&bpp=10&bdt=1854&idt=-M&shv=r20200923&cbv=r20190131&ptt=9&saldr=aa&abxe=1&cookie=ID%3D5b62b1117eac0262%3AT%3D1601166142%3AS%3DALNI_MYVKN5kEIffr8QKtY9HqVyOqI7ENQ&prev_fmts=0x0%2C360x300%2C360x300%2C360x300%2C360x300&nras=2&correlator=5603693530806&frm=20&pv=1&ga_vid=1800358800.1601300474&ga_sid=1601300474&ga_hid=1260396034&ga_fc=0&iag=0&icsg=2286984722817024&dssz=45&mdo=0&mso=0&u_tz=-240&u_his=10&u_java=0&u_h=760&u_w=360&u_ah=760&u_aw=360&u_cd=24&u_nplug=0&u_nmime=0&adx=0&ady=2490&biw=360&bih=630&scr_x=0&scr_y=0&eid=42530671%2C21066922%2C21066819%2C21066973&oid=3&pvsid=907897669927809&pem=244&ref=https%3A%2F%2Fwww.noticiasaominuto.com.br%2Feconomia&rx=0&eae=0&fc=1408&brdim=0%2C0%2C0%2C0%2C360%2C0%2C360%2C630%2C360%2C630&vis=1&rsz=%7C%7Cs%7C&abl=NS&fu=8320&bc=31&ifi=6&uci=a!6&btvi=2&fsb=1&xpc=ui7ZqlVYx0&p=https%3A//www.noticiasaominuto.com.br&dtd=80

Temos de entender a natureza do investimento em infraestrutura. É muito diferente de investimentos de curto prazo. Quando o projeto de expansão de uma planta (industrial) está em curso, e o cenário se torna completamente incerto, se tira o pé do acelerador (nas obras). Muita gente fez isso. Em investimentos em infraestrutura, isso não acontece. Os agentes olham 20 ou 30 anos (à frente).

Não vale a pena mudar o teto de gastos para o governo investir mais em infraestrutura?

Em hipótese alguma. O problema do País, do ponto de vista do investimento público, não é o teto de gastos, mas a desobediência sistemática das outras regras fiscais. Temos gastos excessivos de natureza corrente relacionados a pessoal nos três Poderes. Por conta disso, os gastos são insuficientes na infraestrutura. A solução não é romper o teto, é ajustar os gastos. Se o teto fosse rompido, seria um desastre.

A política ambiental pode afastar investidores?

Há um ano e meio, comecei a receber questionamentos de investidores sobre a questão ambiental. Investidores que nunca haviam manifestado interesse ou preocupação sobre a questão ambiental começaram a expressar preocupação. Em meados do ano passado, tive reuniões em que a agenda ambiental se tornou a número um, inclusive para investidores americanos e asiáticos. Isso me parece resultado dos erros sistemáticos cometidos pelo governo na área ambiental. Muitos dos erros foram autoinfligidos, cometidos por, talvez, excesso de ideologia e uma ausência de reflexão técnica.

A pandemia agrava isso?

A pandemia é um segundo obstáculo, de natureza diferente. É a percepção que muitos têm de que o Brasil é um dos poucos países no mundo que nega a ciência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.