Itaú faz nova provisão e lucro cai 29,7% no terceiro trimestre para R$ 5 bilhões

Em relação ao segundo trimestre deste ano, no entanto, o lucro do Itaú teve alta de 19,6%. De janeiro a setembro, o banco registrou ganhos de R$ 13,2 bilhões, volume 37,6% menor do que o registrado em igual intervalo de 2019.

Em relatório divulgado nesta terça-feira (3), o banco afirmou que segue notando sinais de melhora na economia e disse que o resultado reflete a recuperação de algumas linhas de negócios, como imobiliário e veículos, além do aumento das receitas de serviços e seguros, que crescem em um cenário de retomada da economia e do mercado de capitais.

“O incremento também foi impulsionado pela expansão da carteira de crédito, menor nível de provisionamento [em relação ao segundo trimestre] e disciplina na administração de custos, ainda que a margem financeira tenha recuado em virtude da maior utilização do crédito sob medida em resposta à crise”, afirmou o banco.

A carteira de crédito total do Itaú no Brasil atingiu R$ 625 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 17,4% em relação a iguais três meses de 2019. A carteira considera garantias financeiras prestadas e títulos privados.

Deste total, R$ 122,5 bilhões foram emprestados para micro, pequenas e médias empresas, alta de 36,9% na mesma relação. A carteira de pessoas físicas atingiu R$ 237,8 bilhões, aumento de 3,5% e os empréstimos para grandes companhias somaram R$ 264,8 bilhões, avanço de 24,2% em igual base de comparação.

As provisões do banco somaram R$ 6,3 bilhões de julho a setembro. O número representa uma queda de 16,2% em relação ao trimestre anterior, mas ainda é 28,8% maior do que o registrado em igual período de 2019.

De janeiro a setembro, o grande banco privado soma R$ 243 bilhões em reservas contra calotes, volume 79,5% superior do que o observado nos primeiros nove meses do ano passado.

Em nota, o presidente do Itaú, Candido Bracher, afirmou que apesar da recuperação da atividade econômica, o resultado ainda refletiu a necessidade de provisionamento para fazer frente à possibilidade de maior inadimplência no futuro.

“Este cenário poderá ser atenuado se os agentes de mercado estiverem mais seguros quanto à capacidade do governo de estabilizar a situação fiscal.”, afirmou Bracher em nota.

O índice de inadimplência acima de 90 dias do banco ficou em 2,2% -queda de 0,7 ponto percentual em comparação ao terceiro trimestre de 2019.

“A margem financeira com clientes recuou em função da mudança no mix de produtos do varejo, com uma menor utilização de produtos rotativos e maior utilização de créditos parcelados com melhores condições e taxas, da maior representatividade da carteira de pessoas jurídicas e do impacto da redução da taxa de juros na remuneração do capital de giro próprio”, afirmou o banco em relatório.

As receitas com prestação de serviços e seguros somaram R$ 11,5 bilhões, aumento de 2,3% em comparação aos meses de julho a setembro de 2019.

Segundo o banco, o aumento foi resultado do maior impacto da atividade econômica nas receitas com cartões – nos quais o banco atua tanto como emissor como na área de adquirência, por meio da Rede – e da maior atividade no mercado de capitais – o que gera receitas maiores em assessoria financeira e corretagem.

No final de outubro, o Conselho de Administração do Itaú Unibanco anunciou que Milton Maluhy Filho, atual vice-presidente executivo de finanças do banco para substituir Candido Bracher na presidência do Itaú.
Bracher precisa deixar o cargo pela regra adotada pela instituição, que impõe a idade limite de 62 anos para o presidente. O executivo chegará a essa idade em dezembro. Maluhy assumirá as novas funções em 2 de fevereiro de 2021.

RAIO-X DO ITAÚ NO 3º TRIMESTRE DE 2020

Lucro líquido

R$ 5 bilhões

Carteira de crédito no Brasil

R$ 625 bilhões

Margem financeira

R$ 16,9 bilhões

Funcionários
96,9 mil

Principais concorrentes

Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander