Covid-19: Brasileiros são barrados no exterior há 10 meses

Entrada nos Estados Unidos é vedada desde maio e foi renovada por Biden. Imprensa estrangeira fala em “ameaça global”. Vizinhos cogitam medidas extras

A fama brasileira de descontrole do coronavírus se acentua e assusta boa parte do mundo, na pior semana desde o início da pandemia da Covid-19. No noticiário internacional, a CNN foi uma das redes de tv a apresentar o Brasil como fonte de “ameaça global” por causa do colapso hospitalar e de expansão acelerada do vírus. Dias antes, o noticiário europeu (BBC) classificou o Brasil como uma espécie de “laboratório” onde se pode observar o que acontece quando o vírus “se propaga sem controle”- numa menção ao surgimento da nova cepa, denominada tecnicamente de P1, comprovadamente mais virulenta.

As restrições à circulação de brasileiros entre os países também se agravaram desde o surgimento da variante do coronavírus, que foi primeiro identificada em Manaus. Os Estados Unidos, que barraram a entrada de brasileiros em maio do ano passado, renovaram a restrição sob a gestão de Joe Biden, e já identificaram a presença da P1 em mais de 20 estados. A descoberta recente de um caso em Nova York levou o nome do Brasil novamente às manchete, notas e declarações oficiais.

Atualmente, visitantes brasileiros ou com histórico de passagem pelo Brasil são barrados em pelo menos 30 países. Mas o agravamento da crise interna de saúde levou países vizinhos a redobrarem cuidados. O Chile, considerado país modelo no continente de ações de controle da pandemia, já vacinou 20% da população. A Argentina adota, com sucesso, a vacina russa Sputinik V, que sequer tem aprovação pela Anvisa, no Brasil. R7