Com a guerra, mapa geopolítico se move com possível adesão de países à UE

A invasão da Rússia sobre sua vizinha Ucrânia e a tragédia humanitária que provocou nas últimas duas semanas provocou um apoio forte do Ocidente e levantou questionamentos em direção de repensar fundamentalmente como o mapa geopolítico da Europa deve ser redesenhado no futuro.

Embora a Rússia tenha perdido influência e amigos desde o colapso do império soviético em 1989, a superpotência nuclear ainda domina vários de seus vizinhos na Europa e mantém outros em uma neutralidade inquieta.

Ancorar uma mudança na estrutura de poder no Velho Continente em 2022 é bem mais difícil do que pode parecer. Empurrar a Ucrânia, o segundo maior país da Europa, totalmente para a influência ocidental contra a vontade de Moscou representa enormes problemas, e os líderes da União Europeia (UE) vão enfrentá-los juntos durante o que pode se tornar uma contundente cúpula de dois dias em Versalhes, nos arredores de Paris, a partir da quinta-feira.

“A União Europeia vai ser muito mais forte conosco. Então isso é certo”, disse o presidente da Ucrânia,Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo emocionante para o Parlamento Europeu na terça-feira, após assinar memorando de intenção de se juntar à UE.

Para agravar o problema da UE, Moldávia e Geórgia, duas nações menores que também temem o alcance expansivo da Rússia, seguiram o rumo em poucos dias e também pediram adesão ao bloco.

A violência da invasão russa também assustou países historicamente neutros como Suécia e Finlândia, que agora veem um aumento no apoio à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Mas, apesar dos tremores no mapa geopolítico europeu, avanços podem ocorrer lentamente. Muitas nações temem que uma ampliação imediata do bloco e uma reformulação das esferas tradicionais de influência colocariam o continente à beira de uma guerra de pleno direito. E não há melhor exemplo do que as aspirações da Ucrânia de se juntar à UE de 27 países que podem alterar o equilíbrio dos blocos na Europa. Agência Estado