Problemas na BR-277 complicam exportações via Paranaguá, diz agro paranaense

O setor cita problemas como falta de espaço para armazenar a produção de grãos, já que nem sempre é possível liberar os caminhões para a estrada.

(FOLHAPRESS) – No Paraná, o agronegócio tem apontado prejuízos com as chuvas e interdições frequentes na BR-277, principal via de acesso ao Porto de Paranaguá.

O setor cita problemas como falta de espaço para armazenar a produção de grãos, já que nem sempre é possível liberar os caminhões para a estrada. Por isso, há cooperativas que têm optado por enviar suas cargas para outros portos, como o de São Francisco e o de Santos.

Desde o final do ano passado, a BR-277 enfrenta problemas após fortes chuvas, com deslizamentos de terra e pedras, e até afundamento de pista.

No momento, há uma interdição parcial nos quilômetros 33 e 41,5. Ali, já houve queda de barreira e o Dnit fez um desvio, com uma faixa de descida e uma de subida. “Os serviços estão cerca de 60% executados. A expectativa é que os trabalhos de recuperação continuem até o fim de março”, diz o órgão do governo federal responsável pela estrada.

Já no quilômetro 33,5 da mesma rodovia, no sentido litoral, houve um afundamento de pavimento no último dia 8, e grandes trincas apareceram na pista. Desde então, há uma interdição da faixa de descida em uma extensão de 1,1 quilômetro. O trânsito segue lento no trecho.

“As trincas maiores foram vedadas com massa asfáltica. Já as trincas menores foram fechadas com Grout (massa especial mais resistente). A vedação das trincas é uma medida preventiva necessária para evitar que não infiltre água das chuvas pelo pavimento e isso provoque mais danos”, diz o órgão federal.

Neste ponto da rodovia, o Dnit não definiu um prazo para solucionar o problema e afirma que considera o local “geologicamente comprometido”.

“Em relação ao afundamento, o Dnit salienta que os técnicos já iniciaram os levantamentos de topografia e devem realizar ensaios e sondagens do solo em diversos pontos do local. Após essa etapa, será elaborado estudo de alternativas para o projeto de contenção para definir a melhor solução de engenharia para resolver o problema”, diz o órgão federal.

Também há serviços emergenciais de contenção de encosta sendo feitos nos quilômetros 40 e 41,4 da BR-277 pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do governo do Paraná. Até o último sábado (11), 70% dos serviços tinham sido executados.

O órgão estadual prevê concluir a contenção do quilômetro 41 ainda no mês de março, liberando a pista que está ocupada por equipamentos, mas alerta que o prazo pode ser alterado dependendo das condições do tempo.

PORTO DE PARANAGUÁ

Números da Portos do Paraná, empresa pública ligada ao governo estadual que administra Paranaguá e Antonina, revelam que as exportações de soja em grão e farelo caíram neste primeiro bimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em fevereiro de 2022, 1,1 milhão de toneladas de soja em grãos já havia sido exportado pelo Porto de Paranaguá. Neste ano, foram apenas 453,6 mil toneladas embarcadas no mês. No acumulado do 1º bimestre, foram 1,8 milhão de toneladas no ano passado, contra 898,8 mil toneladas em 2023.

A Diretoria de Operações da Portos do Paraná avalia, contudo, que a queda da soja no volume de exportações tem relação principalmente com o atraso na colheita (também em decorrência da quantidade de chuva) e destaca que houve aumento de 6% nas exportações em geral, considerando todos os outros produtos.

As fortes chuvas também afetam o Porto de Paranaguá, que registrou mais paralisações neste bimestre do que no mesmo período do ano passado. Em 2022, foram 9,8 dias de paralisação por chuva em janeiro e outros 4,9 dias em fevereiro; neste ano, foram 9,1 dias, em janeiro, e 11,2 dias em fevereiro.

Em nota divulgada nesta terça-feira (14), contudo, a Portos do Paraná diz que Paranaguá e Antonina estão operando normalmente nesta semana, recebendo cerca de 1.300 caminhões por dia, em média, no pátio público de triagem.

A Portos do Paraná também disse que o número de navios que estão na região e esperam para atracar está dentro da média para a época –são 56 navios ao largo nesta terça-feira (14). Quando um navio está ao largo, significa que ele já foi anunciado, mas ainda não tem a carga comercializada para pegar.

De acordo com a empresa pública, são esperadas 96 embarcações para carregar ou descarregar até 24 de abril.