‘Não se pode debitar nada a Bolsonaro’, diz Mourão sobre fracasso dos aliados do presidente

Apesar da declaração de Mourão, Bolsonaro apoiou e fez campanha abertamente para 45 candidatos a vereador em diversas cidades do país

“Não pode se debitar nada em relação ao presidente Bolsonaro porque ele não entrou de cabeça nessa eleição. Ele apoiou alguns candidatos, muito pouco, mas não tinha… O presidente está sem partido. Sem estrutura partidária fica difícil participar de uma eleição”, afirmou o vice-presidente.

Apesar da declaração de Mourão, Bolsonaro apoiou e fez campanha abertamente para 45 candidatos a vereador em diversas cidades do país. Desse total, ao menos 33 não conseguiram se eleger neste domingo (15).

Além desses, o mandatário pediu votos para 13 prefeitos, dos quais apenas dois foram eleitos, ambos de cidades interioranas -Mão Santa (DEM), em Parnaíba, no Piauí, e Gustavo Nunes (PSL), em Ipatinga (MG).

Em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) perdeu em primeiro turno. Das duas maiores capitais, apenas no Rio de Janeiro Bolsonaro viu seu candidato, Marcelo Crivella (Republicanos), passar para o segundo turno.

Apoiada pelo presidente na campanha suplementar para o Senado em Mato Grosso, Coronel Fernanda (Patriota), também perdeu. Todos os candidatos obtiveram o apoio nas “lives eleitorais gratuitas” de Bolsonaro.

Além desses, vários outros postulantes pelo país tentaram associar o seu nome ao do presidente, mas a maioria dos bolsonaristas acabou embolada nas últimas posições.
Para Mourão, o pleito marcou a vitória de políticos “mais conhecidos” nas urnas.

“Até o presente momento, não fiz nenhuma análise aprofundada, os partidos de centro tradicionais foram os grandes vencedores. Por enquanto é isso”, avaliou o vice-presidente.

Mourão também negou ter havido uma derrocada do movimento conservador que marcou as eleições de 2018. “São os partidos de centro (os vitoriosos), a grande maioria deles são conservadores”, afirmou.

O vice-presidente ainda comentou o atraso na divulgação dos resultados e atribuiu a demora a uma “probleminha” no modus operandi do processo de apuração.