CORONAVIRUS. Sapucaia tem a segunda melhor taxa de isolamento com 67,40%.

Os piores municípios do ranking do Estado são Santa Rita do Pardo com 36,50% e Jardim com 39,70%. A melhor taxa se mantém com Bela Vista com 73,10%, seguido de Coronel Sapucaia com 67,40%. (Colaborou Ricardo Campos Jr.)

Mato Grosso do Sul registrou na segunda-feira (6) a segunda pior taxa de isolamento do Brasil, muito por conta do retorno da maior parte do comércio em Campo Grande. Nesta terça-feira, porém, a Capital registrou ainda mais gente no Centro devido a reabertura dos maiores estabelecimentos, com grandes filas e muita aglomeração. O principal objetivo das pessoas era pagar contas.

Conforme dados do Governo do Estado, na segunda-feira Mato Grosso do Sul teve uma taxa média de isolamento de 48,2%, valor só não foi pior que o registrado pelo Tocantis, que teve taxa de 46,7%. O Estado, que já tem duas mortes confirmadas pelo novo coronavírus, tem reforçado o pedido para que as pessoas permaneçam em casa para que a doença não se propague.

Ainda segundo o Estado, monitoramento feito por geolocalização coloca Campo Grande como a 36° cidade do Estado no ranking, com 47,90% da taxa de isolamento na segunda-feira. No comparativo com o mesmo dia de semanas anteriores, o isolamento foi o menor de todos. A segunda-feira dia 30 de março os dados mostravam taxa de isolamento de 49%, enquanto no anterior foi de 55%.

A queda na Capital pode ser explicada pela reabertura do comércio, que passou 15 dias fechado por determinação de decreto da Prefeitura. Apesar do primeiro dia da volta dos empreendimentos ter registrado um movimento tímido, o segundo dia teve um panorama diferente.

Nesta terça-feira muitas pessoas andaram pelas ruas do Centro de Campo Grande. O trânsito voltou a ser denso e filas, principalmente nos maiores estabelecimentos comerciais, foram registrados na região. Lojas nacionais de roupas e de eletroeletrônicos eram o principal foco das pessoas que se deslocaram até a região.

A maioria tinha por objetivo o pagamento de contas, como a jovem Maynara de Oliveira Lima, 25 anos, que foi ao centro pagar uma fatura de uma loja. “Estou de quarentena do serviço, mas tinha que pagar uma conta e vim, não tinha como pagar de outro jeito, mas não achei que iria ter tanta gente, principalmente idoso”.

Moradora de Anhanduí, a aposentada Lucila Rosa Espíndola, de 61 anos, foi ao banco receber e também pagar uma conta. “Eu tinha que vir por conta da biometria, mas estou tomando cuidado. Meu filho que foi para mim na hora de pagar a conta, mas para receber não tem jeito. Estranhei a quantidade de gente, vai ter que fechar tudo de novo, não tem jeito”, avaliou.

Os bancos também são responsáveis pela movimentação na região e registram grandes filas. Aposentado de 67 anos, Willian Marchetti conta que teve que sair de casa porque seu cartão foi bloqueado. “Falaram que era só vindo aqui. É perigoso, mas quando a gente tem necessidade não tem o que fazer”.

Durante coletiva nesta terça-feira o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, afirmou que esses números são vergonhosos. “Mato Grosso do Sul está em uma posição não privilegiada e está nos envergonhando. Quero fazer um apelo para que nós possamos fazer o isolamento social, para que vocês fiquem em casa. Quem precisar sair para cumprir atividades essenciais, que tome os cuidados necessários”.

Com novos 14 casos em apenas 24 horas, o Governo do Estado afirmou que pediu para algumas cidades intensificar o isolamento. “Conversamos hoje com os prefeitos de Batayporã e Nova Andradina. Há um número expressivo de novos casos nessas cidades. Pedi aos gestores que façam o isolamento social”. Correio do Estado