Verde Asset vê Bolsonaro favorito e aumenta exposição na bolsa com cautela

O favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) fez com que uma das mais vitoriosas gestores de recursos do Brasil aumentasse posição em bolsa. Em carta divulgada nesta sexta-feira (5), a Verde Asset, comandada pelo lendário Luis Stuhlberger, explica o que deixou o mercado tão otimista – e o que pode fazer com que esse otimismo se mantenha por mais tempo.

“Acreditávamos que durante o segundo turno, por conta dos tempos de TV equivalentes, e pela saída de candidaturas que se dedicaram exclusivamente a atacá-lo [Bolsonaro], que o candidato à direita teria oportunidade de alavancar a rejeição da candidatura Haddad”, escreve a gestora. “Essa análise – entre outros fatores – nos levou a considerar Bolsonaro favorito e aumentar a exposição de bolsa e reduzir os hedges do fundo”, complementa.

A velocidade com que este cenário se materializou, no entanto, foi a surpresa mais positiva para o mercado, avalia a Verde. Para que isso se mantenha, o preciso uma confluência de dois fatores: “cenário externo mais positivo e resolução da eleição de fato, com sinalizações positivas em termos de equipe e execução de uma boa agenda fiscal e de reformas”, diz a gestora.

Na carta, a Verde, que tem patrimônio de R$ 1,282 bilhão, ressalta que teve ganhos com ações no Brasil e com suas posições em juros globais, enquanto as perdas vieram das posições em juro real e cupom cambial. No mês passado, o fundo teve perdas de 0,30%, ficando atrás do CDI, que avançou 0,47%. No acumulado do ano, a gestora tem rentabilidade de 3,55%, contra 4,81% do CDI.

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Neste cenário, o fundo aproveitou a volatilidade de setembro para novamente aumentar sua posição na bolsa brasileira, mantendo posições em juro real na parte intermediária da curva, com proteção em posições tomadas em juros americanos.

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Com o atual bom humor do mercado, a Verde avalia ainda que parte da assimetria, que era considerada um excesso de pessimismo, desapareceu. “Daqui por diante desenvolvimentos otimistas nos preços de ativos precisam de uma confluência de (i) cenário externo mais positivo e (ii) resolução da eleição de fato, com sinalizações positivas em termos de equipe e execução de uma boa agenda fiscal e de reformas”, diz o relatório.

Por fim, os gestores ressaltam que exterior vinha se desenvolvendo numa direção mais construtiva, com sinais de pico do dólar, o que historicamente é bom para mercados emergentes. Por outro lado, as taxas de juros dos mercados desenvolvidos voltaram a subir de maneira importante, injetando boa dose de risco no curto prazo.

Fonte: InfoMoney