Variante Delta com prevalência acima dos 95% em todas as regiões do país

Dados dos Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge revelam que no Norte, no Algarve e na Madeira já se verifica uma prevalência de 100% desta variante. Quanto à circulação de outras estirpes no país, não foram registados dados significativos.

OInstituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) apresentou, esta terça-feira, o mais recente relatório sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal.

De acordo com os dados analisados pelo instituto na última semana, neste momento, a variante do novo coronavírus mais prevalente em Portugal continua a ser a estirpe Delta “com uma frequência relativa de 98,3%”, estando “acima de 95% em todas as regiões” do país. 

Em particular, no Norte, no Algarve e na Madeira já se verifica uma prevalência de 100% desta variante. Já no Centro e no Alentejo representa 97,6%, em Lisboa e Vale do Tejo 97,2% e, por fim, nos Açores regista-se uma prevalência de 95% desta estirpe, inicialmente identificada na Índia. 

O relatório do INSA adianta também que, do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 62 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike, também conhecida por Delta Plus. De acordo com o documento, “esta sublinhagem tem mantido uma frequência relativa abaixo de 1%” desde meados de junho, “tendo sido detetados 6 casos” nos últimos 15 dias.

E quanto a outras variantes?

No que diz respeito à disseminação de outras variantes em Portugal, o relatório de diversidade genética avança também que a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), respetivamente, “mantém-se baixa e sem tendência crescente”. Ambas estas estirpes representam 0,4% dos casos de Covid-19 em Portugal na última semana.

Quanto à variante Lambda (C.37), que circula maioritariamente no Peru e no Chile, não foram detetados novos casos em todo o território nacional, nos últimos sete dias. 

Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o ‘Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal’, que tem como objetivo “determinar os perfis mutacionais” do novo coronavírus para a “identificação e monitorização de cadeias de transmissão”, bem como para a deteção de “novas introduções do vírus em Portugal”. Até à data, foram analisadas 13.256 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 297 concelhos de todo o território nacional.