Um retrato da era socialista brasileira – a destruição das universidades no país

Um desabafo de uma ex-aluna que não se conforma com a destruição da educação brasileira e o aparelhamento marxista nas universidades.

Na tarde de hoje, visitei minha ex-Faculdade de Direito. Um misto de tristeza e angústia tomou conta de mim, apesar das boas recordações e do enorme carinho que sinto pela escola onde me formei.

Ao chegar, fui recepcionada por pichações do “Lula Livre, Lula inocente”. Encontrei um prédio decadente, de aparência funesta. Um andar isolado, pois janelas teimam em desafiar, despudoradamente, a lei da gravidade.

Um cheiro forte e estranho acompanhava meus passos pelo saguão de entrada. Alguns metros mais, e uma “feirinha de miçangas” alegrando o comércio entre o elevador e os que circulavam pelo recinto, que pareciam tão perdidos quanto eu.

Encontrei alunos diferentes daqueles que outrora desfilavam pelos nossos corredores, escadas e elevadores do prédio. Meus antigos colegas que carregavam seus livros, códigos e a desenvoltura de juristas aprendizes, adornados apenas pela esquisitice dos senhores da interpretação legal. Tudo me pareceu muito mudado, desprezado, frio e desolador. O exílio pode ser implacável com as nossas percepções primárias. Jamais pensei encontrar a minha escola naquela situação – agora gradeada e com ares do novo Brasil que floresceu da decadência.

A sensação – natural – é que não pertenço mais ao núcleo, aliás, ele me é estranho. O direito parecia querer me sufocar já no primeiro andar. Onde antes sentia correr a liberdade nas veias, que irrigavam nossos ideais de justiça, foi atropelado pelo tempo e por esta nova cara do país.

Sim, a vida muda, tudo muda. A existência não é estática. Todavia, certos locais deveriam ser preservados na nossa memória, posto que são sagrados.

Entretanto, veio a crueza da realidade e berrou no meu ouvido: acorde, você está em 2018! Sua Vetusta Casa do Conselheiro Afonso Pena não existe mais.

Após um tempo, caminhei – entre divagações e mergulhada na melancolia do abandono presenciado – até minha antiga lanchonete preferida, e lá estava ele: meu velho e indefectível pão de queijo mineiro. No mesmo lugar de outrora e tinha – por incrível que pareça – o mesmo sabor. Ele resistiu bravamente ao futuro que nasceu sem gosto e identidade. Nem tudo estava perdido. Ainda bem!

Como disse, certa feita, Otto Lara Resende: “escrever é de amargar”.

Fonte: Jornal Hora Extra

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