Quadrilha traficou mais de 50 mil munições para o Rio desde o ano passado

Segundo investigação, até militares fazem parte de organização criminosa

Por Mario Hugo Monken em 24/12/2018 às 11:43:29

Uma quadrilha interestadual especializada em tráfico de munições e armas enviou para o Rio de Janeiro desde o ano passado ao menos 53,7 mil munições de diversos calibres em oito carregamentos, sendo que apenas quatro deles foram interceptados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil.
Esse número é ainda maior porque, segundo as investigações, foram nove carregamentos e não foi possível identificar a quantidade em um deles.
O Ministério Público Estadual denunciou semana passada 14 integrantes desta organização criminosa, que tem entre seus integrantes, ex-paraquedistas do Exército e um policial militar. Alguns dos membros foram presos durante operação da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos) da Polícia Civil no início deste mês mas há foragidos.
Segundo a denúncia, a quadrilha recebia as munições para fuzil e pistola, de calibres 9mm, .40, 7,62mm e 5.56mm, de uso restrito a forças militares ou policiais, desde a fronteira com o Paraguai para a revenda em solo fluminense.  O material passava pelo Sul de Mato Grosso do Sul, o Oeste do Paraná e chegava até a região metropolitana do Rio de Janeiro por rodovias federais. As balas eram vendidas clandestinamente para traficantes de drogas que atuam em favelas cariocas.
O grupo transportava as munições na lataria de carros de passeio e preparam eles  com compartimentos ocultos usados para esconder a carga bélica ilegal. Ás vezes, menores de idade iam juntos nas viagens para despistar a polícia. Os suspeitos também arregimentavam equipes de motoristas para realizar os transporte.
Os carregamentos identificados
O primeiro carregamento que se tem notícia enviado pelo bando foi em setembro de 2017 e continha cerca de 5 mil munições e não foi interceptado.
O segundo e o terceiro ocorreram nos dias 19 e 28 de outubro do ano passado, também com 5 mil munições cada um e também não foram apreendidos.
No dia 11 de novembro de 2017, a quadrilha enviou para o Rio um total de 9,4 mil munições (calibres 9 mm e .40) na Rodovia BR-101, em Itaguaí. O material acabou interceptado pela polícia.
Entre 1 e 4 de dezembro de 2017, chegaram mais 5.000 munições para o Rio, que foram deixadas na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital, mas não foram apreendidas.
No dia 13 de janeiro deste ano, a quadrilha mandou mais 10 mil munições para o Rio só que foram bloqueadas em Itatiaia, no Sul Fluminense. Em 11 de  fevereiro, um outro carregamento com 7 mil balas chegaria ao Rio mas também foi interceptado em Itatiaia.
O último envio de munições da quadrilha para o Rio que foi apontado na investigação aconteceu no dia 21 de agosto, quando foram apreendidas 7,3 mil projetéis em Seropédica, na Baixada Fluminense.

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