PF combate contrabando de cigarros paraguaios em Minas Gerais e São Paulo

A Polícia Federal deflagrou hoje (27/2), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal do Brasil, a Operação Barrica, com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava contrabando de cigarros paraguaios, em Minas Gerais e São Paulo.

Aproximadamente 160 servidores públicos federais participam do cumprimento das medidas judiciais. Estão sendo cumpridos onze mandados de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e vinte e seis de busca e apreensão, nas cidades mineiras de Andradas, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Ouro Fino, e nas cidades paulistas de Espírito Santo do Pinhal e Mogi Guaçu.

As investigações duraram cerca de seis meses e apuraram que o grupo atuava há alguns anos no interior dos estados de Minas Gerais e São Paulo, realizando a importação e distribuição clandestina de cigarros de origem paraguaia. A aquisição dos produtos ocorria diretamente no país vizinho ou na fronteira, sendo realizadas transações financeiras com pessoas residentes em cidades conhecidas como ponto de entrada de contrabando no Brasil.

Uma vez importada a mercadoria de forma clandestina, os investigados utilizavam uma ampla rede de distribuição, com a peculiaridade de fazer com que os transportadores levassem apenas pequenas quantidades de cigarro de cada vez. Tal estratégia minimizava eventuais prejuízos em caso de apreensão da carga, além de não chamar muita atenção dos órgãos de repressão.

A utilização de veículos batedores também era uma característica do grupo. A investigação identificou e mapeou a área de atuação dos criminosos, individualizando os locais de seus depósitos e realizando prisões em flagrante de alguns membros da organização.

Os principais integrantes do grupo criminoso possuem diversos registros policiais, mas a pequena quantidade de cigarros que transportavam ocasionava condenações a penas de curta duração. Com a deflagração de hoje, a quadrilha foi completamente desarticulada.

Estima-se que, semanalmente, o grupo comercializava cerca de 500 caixas de cigarros paraguaios (com 50 pacotes ou 500 carteiras de cigarros cada). Ao longo dos últimos cinco anos, foi identificada uma movimentação de cerca de 130 milhões de reais por parte dos criminosos. Com o produto do crime, os investigados construíram um vasto patrimônio, que inclui carros de luxo, lanchas e imóveis, bens estes que são objeto de sequestro autorizado judicialmente.

Os investigados responderão pelos crimes de contrabando e associação criminosa, podendo cumprir até 8 anos de reclusão, caso sejam condenados.

Comunicação Social da Polícia Federal em Varginha/MG