“Lockdown em Dourados”: cidade já registra primeiros óbitos domiciliares

No pior momento da pandemia no município, Alan Guedes pede que gestores da macrorregião também tomem atitudes de fechamento

Em Dourados, a partir de domingo (30.mai.2021) passa a valer – por 14 dias – o lockdown decretado na manhã desta 6ª feira (28.mai.2021) pelo prefeito Alan Guedes. Através das redes sociais o chefe do executivo municipal adiantou que a medida é visando “evitar que o desastre seja ainda maior”.

Diariamente o município monitora a situação da pandemia com atenção na fila de espera por internação. Dados atualizados, com base nas informações da Secretaria de Estado de Saúde, apontam que hoje (28.mai), segundo informações do portal “Dourados News”, existem 63 pessoas na fila de espera. Ontem (27.mai) o número estava próximo de 51.

Já que, desses pacientes 38 são de Dourados e os demais de municípios vizinhos, como Caarapó (4), Ponta Porã (4), Ivinhema (3), Naviraí (3), Deodápolis (2), Itaporã (2), Rio Brilhante (2), Amambai (1), Mundo Novo (1), Fátima do Sul (1), Angélica (1) e Glória de Dourados (1), em seu pronunciamento hoje (28.mai), Alan Guedes apelou às cidades da região para que também adotem medidas mais restritivas.

“Não vou ficar marcado na história por não ter feito o que é preciso ser feito. Eu, como prefeito, preciso tomar a decisão para evitar que o desastre não seja ainda maior. Não posso e não quero aceitar que as pessoas morram em casa, sem assistência, e não quero dizer não aos pacientes que vêm da nossa macrorregião”, argumentou ele.

Aliado ao Lockdown haverá Lei Seca em Dourados, sendo que bebidas alcoólicas estão proibidas de serem vendidas, assim como também a circulação de pessoas em via pública durante todo o dia, com fiscalização nas ruas.

Estão liberados o funcionamento de: supermercados, açougues, padarias, farmácias e postos de gasolina, porém, a circulação será restrita nesses locais. Ao menos três cidades de Mato Grosso do Sul decretaram estado de lockdown em algum momento da pandemia, visando conter o avanço da Covid-19, como Rochedo em 2020 e Coronel Sapucaia em fevereiro de 2021. 

PREOCUPAÇÃO

Ainda que a macrorregião já acumule 770 mortes, Dourados registrou até o momento 486 óbitos de moradores e decorrência da Covid-19. Um sinal de que o Estado não adota a medida eficaz e suficiente de testagem é que o município já registrou em maio ao menos dois óbitos domiciliares, de vítimas do novo coronavírus que sequer tiveram a oportunidade de receber o atendimento médico adequado, segundo apurações da mídia local.

Na segunda semana de maio, no dia 13, Dourados confirmou o falecimento de um homem com comorbidade na própria casa. Ele teria passado mal em sua residência e a sorologia apontou que a morte foi causada pela Covid-19.

Oito dias depois uma mulher, que mantinha isolamento domiciliar, passou mal e não resistiu nem até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que já não pôde fazer nada no local.

Com uma média acima de 200, Alan Guedes apontou que Dourados hoje tem confirma mais casos de Covid-19 por dia do que Campo Grande. Quanto às hospitalizações em UTI, os números são preocupantes já que o Hospital da Vida revelou que, de cada 10 pacientes, metade não consegue sobreviver.

Vale lembrar que, em cinco meses, Dourados subiu seu número total de leitos de UTI de 35 para 55, mas ainda assim a medida não foi eficiente, já que o sistema enfrenta uma sobrecarga. Ainda ontem, o prefeito alterou o fluxo de atendiementos, com a UPA focada exclusivamente em pacientes diagnosticados com Covid-19.