Juiz argentino vai apitar abertura da Copa; Sandro Ricci ficará como quarto árbitro

O juiz argentino Nestor Pitana vai apitar o jogo de abertura da Copa o Mundo, entre Rússia e Arábia Saudita, na próxima quinta-feira, anunciou a Fifa em entrevista coletiva. Os dois auxiliares também serão argentinos, enquanto o brasileiro Sandro Ricci ficará como quarto árbitro na primeira partida de Mundial com VAR, cuja responsabilidade será do italiano Massimiliano Irrati.

– Nosso objetivo é ter todas as pessoas no campo falando a mesma língua. Queremos que todos tenham muito claro quais são os nossos objetivos. Principalmente a proteção do jogo, da imagem do jogo, da segurança dos árbitros. E a boa imagem da Copa do Mundo – disse o italiano Pierluigi Colina, presidente do comitê de arbitragem da Fifa.

“Vocês puderam ver os árbitros esperando para levantar a bandeira. Eles foram orientados para isso, num lance apertado ou sobre o qual ele tem dúvidas. Porque se ele levantar a bandeira, a jogada para. Se ele espera um pouco, a jogada termina”, disse Colina.

– E aí pode ser revista com o VAR. Se vocês notarem que o auxiliares estão demorando um pouco para levantar a bandeira, é porque eles foram orientados a isso -completou Colina.

Na mesma entrevista coletiva, realizada nesta terça-feira em Moscou, o juiz da final da Copa do Mundo de 2002 disse que a Fifa contratou técnicos para auxiliar no desempenho da arbitragem. Só não citou nomes.

– Contratamos técnicos para nos dar informações táticas sobre os times. Então antes dos jogos, os árbitros vão receber um relatório com informações sobre como os times jogam, que tipo de tática usam, para que possam antecipar o que vai acontecer no jogo. Porque alguns lances podem ser mais difíceis ou mais fáceis se você não os conhece. Ou mais fáceis se você conhece as jogadas e sabem o que vai acontecer. Contratamos técnicos, analistas de jogos, para ajudar na tarefa difícil dos técnicos – disse Collina.

Pierluigi Collina, presidente do comitê de arbitragem da Fifa (Foto: Reuters)
A Fifa adotou o auxílio do vídeo para arbitragem em outros torneios, por exemplo, o Mundial de Clubes em dezembro passado. Mas só agora, após os testes, usará o VAR numa Copa do Mundo. O diretor de arbitragem da Fifa, Massimo Busacca, falou sobre a expectativa.

– E sobre o VAR, eu sei que vocês podem fazer perguntas. Mas é um teste, e nós temos que estar prontos. Estamos otimistas. Os árbitros poderão chegar ao final do jogo e dizer: “Obrigado, tecnologia”. Por tomar decisões corretas. Nós vamos dar informação aos árbitros. Jogamos futebol sem VAR por 100 anos, e cometemos muitos erros. E o jogo ficou muito difícil. Há situações de centímetros que precisam ser decididas por apenas dois olhos em um segundo – disse Busacca.

Em seguida, o diretor de arbitragem da Fifa defendeu a novidade.

– É muito difícil que algo escape a 35 câmeras. Todo mundo está preocupado com um minuto de atraso. O tempo médio de jogo no Brasil foi de 57 minutos. Ou seja: em 33 minutos, não jogamos futebol. Temos paradas por escanteios, um minuto e meio para uma falta. E aceitamos isso. Eu sei que o VAR é uma coisa nova. Mas temos que pensar que isso vai fazer parte do jogo. Qual é o problema de perder 10 segundos a mais para preservar o resultado do jogo?”, quesiotnou Busacca.

– Claro que precisamos ser mais rápidos. Mas as vezes você precisa de mais duas câmeras para ver o lance, e isso vai demorar 20 segundos a mais. Nos 33 minutos que perdemos sem futebol, nós não os recuperamos. O tempo parado pelo VAR é para resultar em decisões corretas, que ajudam o futebol – completou Busacca.

Busacca ainda usou o exemplo do colombiano Berrío, do Flamengo, para condenar um lance. Ao mostrar lances polêmicos num telão e os comenta, apareceu um mergulho do jogador quando ele defendia o Atlético Nacional (no Mundial de 2016) e avisou:

– Isso não pode acontecer.