Indústria brasileira cresce 2,6% e recupera prejuízo da pandemia

Organismos internacionais estimaram o colapso da economia brasileira entre 8 e 9% para este ano, mas as últimas projeções reduziram essa queda para uma faixa entre 4 e 5%.

Aprodução industrial brasileira cresceu 2,6% em setembro em relação a agosto o que permitiu ao setor eliminar as perdas acumuladas nos piores meses da pandemia de covid-19, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria se recuperou de uma queda de 27,1% que se registrou entre março e abril, quando atingiu o menor nível da história devido às medidas de distanciamento adotadas para conter a proliferação do novo coronavírus.

“Com o resultado de setembro, somado aos avanços dos quatro meses anteriores, a produção industrial superou em 0,2% o nível pré-pandêmico de fevereiro”, explicou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

“Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a mês, aquele patamar”, acrescentou.

O indicador vem crescendo há cinco meses após as altas nos meses de maio (8,7%), junho (9,6%), julho (8,6%) e agosto (3,6%), cujo somatório supera as perdas de março e abril.

De acordo com o IBGE, 22 dos 26 ramos analisados registraram aumento da atividade industrial em setembro, com destaque para os veículos, reboques e carrocerias, que subiram 14,1%.

“Vale destacar que essa atividade acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro”, explicou Macedo.

A partir de junho, a maior parte dos 27 estados começou a reabrir suas economias, mesmo com as curvas de contágios e mortes em alta, o que resultou numa melhoria das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Nos meses mais duros da pandemia, organismos internacionais estimaram o colapso da economia brasileira entre 8 e 9% para este ano, mas as últimas projeções do governo e do mercado financeiro reduziram essa queda para uma faixa entre 4 e 5%.