Carne Fraca: BRF e JBS caem na Bolsa com suspensão de importações

A União Europeia e a Coreia do Sul afirmaram que as empresas que estão envolvidas na Operação Carne Fraca terão importações suspensas

São Paulo – As ações da BRF e da JBS abriram o pregão em queda na manhã desta segunda-feira (20). Os papéis registravam perdas de 10,84% e 9,79%, respectivamente. As ações da BRF eram negociadas em 33,70 reais e da JBS em 9,67 reais.

O mercado repercute as notícias de que a União Europeia e o Ministério da Agricultura da Coreia do Sul irão suspender temporariamente a venda de carne e frango do Brasil.

A Comissão Europeia afirmou que está monitorando as vendas de carne de todas as empresas envolvidas na Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira, pela Polícia Federal. Disse ainda que as importações serão suspensas.

“A Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE”, disse um porta-voz da Comissão Europeia em coletiva de imprensa regular.

O Ministério da Agricultura da Coreia do Sul também afirmou que irá banir temporariamente as vendas de produtos da BRF.

Disse ainda que intensificará a fiscalização de carne de frango importada do Brasil e exigir que os fornecedores enviem um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro.

Na Bolsa

As ações da BRF e da JBS foram fortemente impactadas na Bolsa com a Operação Carne Fraca. Na sexta-feira, as ações da BRF fecharam em queda de 7,25%, enquanto a JBS fechou em baixa de 10,58%.

A dona da Friboi perdeu 3,456 bilhões de reais em valor de mercado em um único dia. A BRF ficou 2,31 bilhões de reais menos valiosa.
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Esclarecimentos

No sábado, a BRF divulgou uma nota com esclarecimentos sobre a operação da Polícia Federal.

A empresa explicou que a produção de carne de frango e peru na cidade goiana de Mineiros, fechada pelo Ministério da Agricultura após a operação, responde por menos de 5% o da produção da companhia. Ressaltou que a fábrica interditada tem três certificações internacionais e “está habilitada para exportar para os mais exigentes mercados do mundo.”

A BRF negou que há papelão em seus produtos. Disse que houve um grande mal entendido na interpretação do áudio capturado pela Polícia Federal, já que o funcionário estava se referindo às embalagens do produto e não ao seu conteúdo.

Em relação as acusações de corrupções, disse que não compactua com práticas ilícitas e refuta categoricamente qualquer insinuação em contrário.

“Ao ser informada da operação da PF, a companhia tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração dos fatos. Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as medidas cabíveis e com o rigor necessário. A BRF não tolera qualquer desvio de seu manual da transparência e da legislação brasileira e dos países em que atua.”

Por fim, negou que comercializou “carne podre” e explicou que as menções a produtos fora de especificação, no âmbito da operação Carne Fraca, dizem respeito a outras empresas.

O que diz a JBS

A JBS também se posicionou afirmando que não tolera qualquer desvio de qualidade nos seus processos industriais.

Em comunicado divulgado ressaltou que as fábrica são anualmente auditadas por missões sanitárias internacionais e por clientes. Disse ainda que no despacho da Justiça Federal não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas marcas.

“Os lamentáveis casos citados na imprensa sobre produtos adulterados não envolvem nenhuma das marcas da JBS. Nenhuma planta da JBS foi interditada pelas autoridades.”
EXAME

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