Após 4 altas seguidas, dólar fecha em queda e retorna ao patamar de R$ 4,05


O dólar recuou nesta terça-feira (21), após ter subido por quatro sessões consecutivas, com investidores monitorando o cenário político e a tramitação da reforma da Previdência, e com algum alívio no exterior na disputa entre Estados Unidos e China. A moeda dos Estados Unidos recuou 1,35%, a R$ 4,0478. Na mínima do dia, chegou a 4,0473.

Nas casas de câmbio, o dólar turismo foi negociado ao redor de R$ 4,24 o papel moeda, já considerando o IOF (tributo). Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,1%, R$ 4,1033, renovando máxima desde setembro do ano passado, mesmo após a atuação do Banco Central. No acumulado do ano, a moeda norte-americana já subiu 4,48%.

Cenário local e externo

A articulação política, em especial no que tange a reforma da Previdência, permaneceu sendo o principal ponto de atenção de participantes do mercado, após dias de elevadas tensões na semana passada. O sentimento é de que houve melhora no clima, mas ainda restam problemas a serem superados, em especial na relação entre Executivo e Legislativo.

Depois de dizer que a classe política é o grande problema que impede o Brasil de dar certo, o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom na segunda-feira dizendo que valoriza o Parlamento e que os deputados e senadores terão a palavra final sobre o texto que reformula a aposentadoria dos brasileiros.

“Ainda existem vários problemas acontecendo. Tem as manifestações convocadas para dia 26 que podem ser um tiro no pé para o Bolsonaro”, disse à Reuters o analista Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.

Para economistas da XP Investimentos, “a capacidade de mobilização popular do presidente virou agora um teste autoimposto”. No exterior, há algum alívio nas tensões entre Estados Unidos e China após Washington aliviar temporariamente as restrições comerciais à chinesa Huawei para minimizar os transtornos a seus clientes.

Na segunda-feira, o Departamento de Comércio concedeu à Huawei uma licença de compra de produtos dos EUA até 19 de agosto para manter as redes de telecomunicações existentes em atividade e fornecer atualizações de software para smartphones Huawei.

Atuação do BC

O Banco Central anunciou na sexta-feira leilões de rolagem de linha de dólares com compromisso de recompra para esta semana, em operação que pode evitar o enxugamento de liquidez do sistema e, assim, abrandar a valorização do dólar. Nesta terça-feira, a autoridade monetária negociou todo o lote de US$ 1,25 bilhão em rolagem de linhas de dólares.

O BC também vendeu nesta terça-feria todos os 5.050 contratos de swap cambial ofertados em rolagem correspondentes à venda futura de dólares.

Fonte: Fiems