Dólar tem alta com amparo externo e reação moderada a anúncio de Haddad na Fazenda

Senado, e alguns agentes do mercado têm esperanças de que a proposta possa ser ainda mais reduzida durante as negociações na Câmara, onde tramita atualmente.

Piccioni, da Empiricus, acrescentou que a alta do dólar nesta sessão não foi motivada apenas pela pauta doméstica, e que a moeda norte-americana já vinha ganhando força desde o início do pregão após dados de inflação ao produtor norte-americano mais fortes do que o esperado.

“É aquela história: se espera que o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) continue apertando os juros, então o dólar ganha espaço frente às demais moedas globais. Eu acho que é mais nessa do que necessariamente a questão do Haddad”, disse ele sobre o movimento do mercado de câmbio doméstico nesta sexta-feira.

Na semana, o dólar avançou 0,61% frente ao real, e, no acumulado de dezembro, ganha quase 1%, depois de em novembro ter chegado a operar acima da marca de 5,40 reais.

“Os investidores brasileiros geralmente são desanimados em relação ao Brasil. Essa negatividade é extrema atualmente”, disse em publicação no Twitter nesta sexta-feira Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). “A visão é de que—entre estímulos fiscais e empréstimos subsidiados—o Brasil caminha para altos juros reais. Os mercados estão começando a precificar isso”.

Embora note pessimismo no âmbito doméstico, há tempos o IIF tem como “valor justo” para o real—ou seja, o patamar condizente com os fundamentos econômicos do Brasil—o nível de 4,50 por dólar.

A moeda norte-americana ainda perde quase 6% frente à brasileira no acumulado de 2022, depois de ter sido pressionada mais cedo no ano pelo amplo diferencial de juros entre o Brasil e outras economias, bem como pelo salto nos preços das commodities após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Fonte: Reuters