Dólar fecha em queda nesta sexta e recua na semana com clima global mais otimista

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (27), com um clima global mais otimista pela vitória de Joe Biden na eleição presidencial nos Estados Unidos e pelo progresso no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19. A moeda norte-americana recuou 0,17%, cotada a R$ 5,3255. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,3208. Na máxima, foi a R$ 5,3794.

Na semana, o dólar caiu 1,13%. Na parcial do mês, acumula queda de 7,19%, mas ainda tem alta de 32,81% no ano. Um dia depois do feriado de Ação de Graças nos EUA, vários analistas citaram a falta de liquidez como um ponto de atenção nesta sessão, em que Wall Street fechou mais cedo, podendo limitar os volumes de negociação e gerar instabilidade nos mercados.

Recentemente, especialistas expressaram dúvidas sobre dados do teste da vacina da AstraZeneca, e a empresa disse que pode realizar outro estudo para medir a eficácia do medicamento. Enquanto isso, a disseminação da Covid-19 segue forte nos Estados Unidos e na Europa, com vários países ainda sob regime de lockdowns.

Mas resultados promissores de outras farmacêuticas, como Moderna e Pfizer, e as perspectivas de uma política mais previsível nos Estados Unidos sob um governo de Biden têm ajudado a apoiar o sentimento dos investidores. Por aqui, a inflação calculada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou a alta para 3,28% em novembro, pressionada pelo avanço dos preços de commodities agropecuárias. Com o resultado, o indicador acumula alta de 21,97% no ano e de 24,52% em 12 meses.

Já a confiança da indústria cresceu pelo sétimo mês consecutivo em novembro e atingiu o maior patamar desde outubro de 2010. Do lado mais estrutural, o foco dos mercados segue voltado para a sustentabilidade fiscal do Brasil –cujas dúvidas, segundo analistas, explicam grande parte da depreciação nominal da moeda brasileira ante o dólar neste ano.

Além das preocupações com o risco de uma segunda onda de contaminações no país e de desaceleração do ritmo de recuperação da economia, segue no radar dos investidores as discussões em torno do Orçamento de 2021 e nas medidas de ajuste fiscal para garantir a saúde das contas públicas.

Fonte: Fiems