Dólar fecha em queda e se aproxima de R$ 5,70

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (18), em dia mais positivo nos mercados globais em meio à flexibilização em diversos países das restrições e bloqueios causados pelo coronavírus, mas com as incertezas políticas domésticas permanecendo no radar dos agentes do mercado. A moeda norte-americana encerrou o dia em baixa de 2,09%, a R$ 5,7166.

Na mínima durante o dia, chegou a R$ 5,6949. Nesta segunda-feira, o Banco Central realizou leilão de swap tradicional de até 12 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes.

Cena local e externa

Na exterior, as principais bolsas da Europa e os preços do petróleo saltavam nesta segunda-feira, com os investidores esperando por uma recuperação gradual à medida que muitos países flexibilizam os bloqueios e reabrem a economia. “Os claros esforços de reabertura econômica de nações que representaram importantes epicentros do coronavírus, como Itália, Espanha e EUA, (…) despertam o apetite ao risco dos investidores”, disse em nota Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora.

Lojas, cabeleireiros e restaurantes da Itália finalmente reabriram as portas nesta segunda-feira, grande passo para a recuperação econômica após um isolamento de 10 semanas. Por aqui, os analistas do mercado pioraram a projeção de queda do PIB do Brasil em 2020 para um tombo de 5,12%, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Apesar da nova queda, a previsão do mercado para a contração do PIB brasileiro em 2020 ainda está abaixo da divulgada pelo Banco Mundial, que estima um tombo de 5%, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê queda de 5,3%.

Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 avançou de R$ 5 para R$ 5,28. Na cena política, o cenário doméstico continua incerto,, após Nelson Teich ter pedido demissão na última sexta-feira do cargo de ministro da Saúde e em meio a expectativas sobre o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro teria mostrado intenção de interferir na Polícia Federal por motivos pessoais.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá assistir ao vídeo nesta segunda-feira, para depois decidir sobre o eventual levantamento, total ou parcial, do sigilo da gravação, segundo comunicado divulgado pela assessoria da corte. Segundo analistas, as tensões políticas em Brasília — que se somam a ambiente de juros baixos e crescimento fraco — têm sido fator determinante para a disparada do dólar, que, no ano.

Fonte: Fiems