Dólar fecha em alta e se aproxima de R$ 5,45

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (23), com o desconforto sobre a situação fiscal do Brasil pesando apesar de esperanças em relação ao desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19. A moeda norte-americana subiu 0,83%, cotada a R$ 5,4310. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,3398, e na máxima, a R$ 5,4495.

Com o desempenho desta segunda, o dólar acumula queda de 5,35% na parcial de novembro, mas ainda tem alta de 35,44% no ano. Nesta segunda, o Banco Central realizou leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021. “O mercado está bastante desconfortável com o andamento das discussões sobre o fiscal, muito por conta das incertezas do próprio governo, que não define medidas concretas que devem ser tomadas”, disse Thomás Gibertoni, especialista da Portofino Multi Family Office.

“Já passamos do primeiro turno das eleições (municipais), então esperava-se aceleração das discussões no Congresso. Isso deve seguir até que o governo paute prioridades.” Investidores monitoraram falas do ministro Paulo Guedes, que participou nesta manhã de webinário da Firjan e evento da International Chamber of Commerce Brazil.

Guedes adotou discurso mais uma vez otimista em relação à recuperação econômica brasileira diante da crise do coronavírus e defendeu a continuidade da agenda de reformas do governo. Ele disse ter certeza quanto à aprovação pela Câmara dos Deputados da autonomia formal do Banco Central e afirmou acreditar que “estamos muito próximos da reforma tributária”, além de ter defendido a importância das privatizações.

No exterior, crescem as esperanças de uma recuperação econômica global liderada por progressos em vacinas contra o coronavírus. A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou que sua potencial vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford pode ser até 90% eficaz sem nenhum efeito colateral grave. O anúncio vem após a Pfizer solicitar a reguladores dos EUA na sexta-feira autorização para uso de emergência de sua vacina contra a Covid-19, que pode acontecer ainda na primeira quinzena de dezembro.