Caixões serão empilhados em valas comuns de Manaus para suprir demanda de enterros; famílias criticam medida: ‘Não é digno’

Prefeitura de Manaus informou, nesta segunda-feira (27), que os corpos serão enterrados em camadas triplas.

Por Rebeca Beatriz, G1 AM

Familiares de, pelo menos, 20 pessoas que morreram neste fim de semana, em Manaus, denunciaram ao G1 que, nesta segunda-feira (27), os caixões com corpos estão aguardando para serem empilhados nas valas comuns abertas no Cemitério Nossa Senhora da Aparecida, bairro Tarumã, Zona Oeste. A Prefeitura de Manaus informou, por meio de nota, que, por conta da alta demanda de sepultamentos, “reorganizou o layout das covas”.

Manaus teve, neste domingo (26), o maior registro de enterros feitos desde o início da pandemia do novo coronavírus. Em 24 horas, foram 140 sepultamentos e duas cremações registrados só na capital, segundo a prefeitura, sendo dez casos por Covid-19. O número de casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, até esta segunda-feira (27), ultrapassou 3,9 mil.

Desde a manhã desta segunda-feira (27), Janecy Lobato luta para enterrar dignamente o sogro, que faleceu por insuficiência pulmonar. “Disseram que vão enterrar um em cima do outro e que nós devemos aceitar. Isso não é digno. Somos cidadãos que pagaram impostos, temos direitos de enterrar nossos entes dignamente. Isso é desumano”, disse.

Procurada pelo G1, a Prefeitura de Manaus informou que os corpos serão enterrados em camadas e as valas comuns, chamadas de trincheiras, serão mais fundas. “A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) reorganizou o layout das covas, mas mantendo a unidade e a rastreabilidade de todas as urnas entregues no cemitério público Nossa Senhora Aparecida”, disse a nota.

Corpos serão enterrados em camadas triplas. — Foto: Arquivo PessoalCorpos serão enterrados em camadas triplas. — Foto: Arquivo Pessoal
Corpos serão enterrados em camadas triplas. — Foto: Arquivo Pessoal

A prefeitura informou, ainda, que outra opção oferecida pela Semulsp é a cremação, após parceria com empresa privada de Iranduba. Nas últimas semanas, a Prefeitura já havia instalado contêineres frigoríficos no local para comportar os corpos, que passaram a ser enterrados em valas comuns.

Leonardo Garcia, que aguarda no cemitério para enterrar o pai, que morreu por causas naturais, também se diz revoltado com a situação. “Querem enterrar vários corpos. Um em cima do outro. Não há respeito algum. Disseram que não tem espaço e a única saída é enterrar os corpos empilhados. Me sinto humilhado, desprezado pelo Poder público”, lamentou.

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