Ronnie Lessa é apontado pela PF como cliente vip de quadrilha de tráfico internacional de armas da Flórida

O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa tem mais um mandado de prisão contra ele por tráfico internacional de armas e organização criminosa. Ao desarticular nesta terça-feira uma quadrilha que trazia armas, peças de fuzil e pistola, além de vários tipos de munição da Flórida, nos Estados Unidos, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) descobriram que Lessa era cliente vip na compra do material. Segundo a PF, ainda está sendo investigado se o PM comprava direto do bando em território americano, trazendo o material para o Rio por meios próprios, ou se ele buscava o endereço da casa de uma mulher de 88 anos, em Vila Isabel, para comprar as peças e montar seus armamentos. A idosa é mãe do homem apontado pelos investigadores como o chefe do grupo criminoso.

Lessa é réu, junto com o seu compadre, o ex-PM Élcio de Queiroz, no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, durante uma emboscada. O julgamento de ambos pelo crime, no 4º Tribunal do Júri, ainda não foi marcado, apesar deles terem sido presos quase um ano depois do crime. Lessa está custodiado na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Durante as investigações sobre a quadrilha internacional, foi descoberto que Lessa, como outros clientes, faziam depósitos de pagamentos em valores de até R$ 10 mil, para não chamar a atenção dos órgãos de fiscalização brasileiros, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Como a apuração do caso pela Polícia Federal está sob sigilo, não foi revelado quantas peças foram compradas por Lessa, nem quanto ele pagou, durante o tempo que adquiriu material do grupo.

A operação da PF e do MPF foi batizada como Operação Florida Heat, em referência ao estado americano de onde partiam as armas. O mandado de prisão de Lessa foi expedido pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio.