Primo de “patrão do tráfico” é preso dois meses após operação em Maracaju

Apontado como gestor financeiro, Ronei Amarila tinha sido alvo apenas de mandado de busca, em dezembro

Está preso mais um integrante da quadrilha de narcotraficantes desmantelada em dezembro do ano passado pela Defron (Delegacia Especializada de Crimes de Fronteira), no âmbito da Operação El Patrón. Ronei Amarila foi preso em Maracaju, a 159 km de Campo Grande.

Segundo a Defron, Ronei tinha cargo importante na organização criminosa, comandada pelo primo Rondineli Amarila Herrera, 42, conhecido como “patrão”. A quadrilha ficou famosa por ser a dona da segunda maior carga de maconha já apreendida no Brasil – 36,5 toneladas de maconha, em agosto de 2020.

Rondinei, a mulher Keity Alves Nogueira, o pai dele Paulo Antonio Herrera, o irmão Rafael Amarila Herrera, o primo e outros três integrantes da quadrilha foram presos pela Defron no dia 3 de dezembro. Naquele dia, Ronei foi alvo apenas de mandado de busca.

Entretanto, as investigações mostraram que Ronei Amarila atuava como o gestor financeiro da organização, responsável por “lavar” o dinheiro do tráfico de drogas.

Conforme a Defron, a quebra sigilo bancário dos investigados revelou que Ronei repassava mensalmente, por meio de contas de ‘laranjas’, valores vultosos para contas bancárias de Keity (a mulher do patrão), para que ela pagasse despesas domésticas.

Com a conclusão do inquérito, a Defron pediu a prisão preventiva de Ronei Amarila por tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de capitais. Deferida pelo judiciário, a medida foi cumprida terça-feira (1º) pela Polícia Civil em Maracaju, mas só hoje foi divulgada.

El patrón – Dono de transportadora com frota de carretas, de propriedades rurais e de imóveis em Maracaju, Rondineli Amarila Herrera é o “patrão”, o chefe do bem estruturado esquema de tráfico de maconha desarticulado no ano passado.

A quadrilha chefiada por ele ficou conhecida por enviar grandes cargas de maconha para outros estados brasileiros através de sofisticado esquema de comunicação, que incluía a instalação de rádios ocultos no painel dos caminhões.

Durante a investigação, a polícia descobriu que para comemorar a entrega de 23 toneladas de maconha em São Paulo, Rondineli contratou prostituta de luxo na capital paulista por R$ 5 mil e ainda pagou as passagens aéreas para ela passar uma noite com ele em Campo Grande.

Nascido em Dourados em 1º de novembro de 1979, Rondineli concluiu o ensino médio e se tornou mecânico. Mas foi no tráfico de drogas que ele virou milionário. Pelo menos R$ 25 milhões em bens foram confiscados na operação. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS