Preso com quadrilha que traficava maconha em lixo hospitalar era funcionário de maternidade

Entre os integrantes da quadrilha presa na quarta-feira (14) por traficar maconha em tambores de lixo hospitalar, em Mato Grosso do Sul, estava um funcionário da Maternidade Cândido Mariano. Trabalhando na lavanderia, Matheus Araújo Benites era responsável por receber e repassar o entorpecente para traficantes em Campo Grande.

Ao todo foram seis pessoas presas, Matheus, Caio César dos Santos, Sidney Correa Braga, que eram os motoristas dos caminhões, Emerson Siqueira de Matos e Jhony Peterson Teles, que eram os ajudantes. Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (15), os delegados Ana Cláudia Medina, titular do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), e Hoffman D’Ávila, da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), esclareceram como atuava a quadrilha.

Conforme as autoridades policiais, os presos eram a base da organização criminosa, sendo que os ‘cabeças’ ainda são investigados. Também, há outros envolvidos no esquema, que atuavam como laranjas e recebiam os dinheiros das vendas. Além das prisões, foram apreendidos dois caminhões e um Ecosport, de Matheus.

Rota do tráfico

Os delegados explicaram que os caminhoneiros atuavam para uma empresa terceirizada do Paraná, que faz o recolhimento do lixo hospitalar em todo o Estado de Mato Grosso do Sul. Passando por várias cidades, eles faziam o carregamento da maconha quando passavam pela região de fronteira em Ponta Porã e Aral Moreira.

Como é uma carga de difícil manuseio e inspeção, por se tratar de material contaminado, também não é comum a vistoria policial nas estradas. Assim, o grupo passava despercebido até chegar em Campo Grande, onde distribuía o entorpecente. A polícia acredita que a droga também chegava a outros estados.

Segundo a delegada Medina, vários tabletes de maconha podem ter chegado contaminados, já que em alguns tambores ficaram em contato direto com agulhas e materiais hospitalares usados. No Taveirópolis, uma casa alugada servia como ‘guarda-roupa’, ou seja, o local onde parte do entorpecente que sobrava era armazenado.

Matheus era o responsável por negociar a entrega do entorpecente e, segundo a polícia, ficou evidenciado que o patrimônio que ele ostentava não era compatível com o salário. Em algumas ocasiões, ele chegou a movimentar R$ 150 mil com dinheiro do tráfico de drogas. A polícia ainda trabalha na investigação de outros laranjas e dos ‘chefes’ da quadrilha.

Todos os presos passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles respondem por associação criminosa e tráfico de drogas. Além da droga avaliada em pelo menos R$ 1 milhão, um revólver também foi apreendido nas ações. MIDIAMAX