Recuperado da Covid-19 após ter 10% de chance de sobreviver, Alex Passos alerta: ‘Quem aglomera está brincando de roleta russa’

“Muitas pessoas acham que é questão de política, que é exagero das mídias, nunca acha que vai ser comigo, vai ser sempre com o outro, então isso [ter adoecido] me deu uma pouco mais de responsabilidade social também”

Produtor musical ficou 13 dias internado na UTI. Em Minas Gerais, mais de 50 mil pessoas precisaram ser internadas por complicações com a doença.

Minas Gerais ultrapassou a marca de 500 mil pessoas que se recuperaram da Covid-19. Apesar de esse dado de mais de meio milhão de pessoas curadas ser uma notícia positiva, em muitas situações, mesmo quem contraiu a doença e se recuperou carrega histórias de dificuldades.

É o caso do produtor musical Alex Passos, que ficou internado em UTI por 13 dias, após ser diagnosticado com Covid-19. Ele tem 47 anos e possui um quadro leve de asma.

No início, os sintomas foram amenos, mas, depois, o quadro de saúde ficou mais grave. Alex foi intubado e chegou a um dos piores estágios da doença. Os médicos disseram que a chance de sobrevivência era apenas de 10%.

Ele conta que a experiência foi muito difícil e que reforçou ainda mais os cuidados em casa após a internação.

“Eu me cuidava, mas não da forma que deveria, eu poderia ter me cuidado mais. Muitas pessoas acham que é questão de política, que é exagero das mídias, nunca acha que vai ser comigo, vai ser sempre com o outro, então isso [ter adoecido] me deu uma pouco mais de responsabilidade social também. E, obviamente, essa coisa que é normal de quem passa por uma situação de quase morte, de gratidão, de valorizar cada coisa que você vive, que você tem, perceber que as coisas valem muito menos que as pessoas… A gente corre tanto e perde tanto tempo com coisas que passam, que são perecíveis”, disse ele.

Do outro lado do hospital estava a família, aguardando com angústia por uma recuperação de Alex. A esposa dele, Karla Passos, não conseguiu contar para os filhos toda a situação até que ele recebesse alta. Os meninos, de 11 e 14 anos, só souberam da gravidade após a recuperação do pai.

Karla conta que a internação foi assustadora e que a fé foi o que a manteve de pé:

“No segundo dia de UTI ele já foi intubado. Aquilo me assustou muito e eu senti o carinho de Deus, falando comigo naquele momento: ‘Não tenha medo do que você está vendo’. Por vários dias, principalmente à noite, o medo vinha, porque a situação era de dar medo, era de assustar, mas o tempo todo a minha fé falava mais alto”.

Alex Passos, a mulher, Karla, e os filhos, após alta de hospital com Covid-19. — Foto: Reprodução / Instagram

Alex Passos, a mulher, Karla, e os filhos, após alta de hospital com Covid-19. — Foto: Reprodução / Instagram

Após passar pela situação de quase morte, Alex Passos alerta para os cuidados preventivos e ressalta que nem mesmo os jovens estão isentos de viverem complicações.

“A Covid é uma ‘loteria do mal’, porque não é igual para todo mundo, cada corpo reage de um jeito, não importa a idade, se a pessoa é nova ou velha, saudável ou não. A probabilidade dos idosos é maior, mas não isenta os jovens saudáveis de pegar Covid e morrer. Então, quem vive em aglomerações, não respeita usar máscara, lavar as mãos, está brincando de roleta russa. É um sorteio, mas quem quer participar de um sorteio que vale a sua vida?”

Só em Minas Gerais, mais de 50 mil pessoas precisaram ser internadas por complicações com a Covid-19. Nas últimas 24 horas, o estado bateu recorde de casos em um único dia, com 7.715 casos confirmados. As autoridades de saúde têm alertado para que a população mantenha e reforce os cuidados preventivos contra a Covid-19.

Carreira

Alex Passos nasceu em João Monlevade (MG), mas se mudou, durante a juventude, para Belo Horizonte.

É conhecido pelo público por produzir e dirigir videoclipes evangélicos. O primeiro trabalho, “País da Adoração”, ganhou o prêmio de melhor videoclipe em uma premiação da música gospel.

Um dos trabalhos de destaque de Alex é com o grupo Preto No Branco, conhecido pela música “Ninguém Explica Deus”.

Por Pedro Bohnenberger, CBN