Lições paraguaias: produzir soja até na areia e exportar quase tudo pelo rio

Com ajuda de brasiguaios e menonitas, produção agropecuária do Paraguai se destaca e projeta crescer 50% na próxima década; estradas ruins são compensadas pela extensa malha de hidrovias.

Com um ritmo de crescimento muito maior que os países vizinhos, o Paraguai deixou de ser o país da “la garantia soy yo”, expressão depreciativa usada por brasileiros que pouco ou nada conhecem além de Ciudad del Este. Agora, o Paraguai é o primo rico do Mercosul. E o campo tem uma parcela significativa de contribuição.
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Em 2017, as lavouras do país atingiram a melhor marca da história: 10,6 milhões de toneladas de soja. Neste ano, por questões meteorológicas, a produção deverá cair 10%, segundo estimativas do governo, mas é difícil encontrar um produtor desanimado no país. Principalmente no departamento de Alto Paraná, que faz fronteira com o Brasil.

Lá, os produtores, especialmente os brasileiros, que vivem há décadas no país, conseguiram excelentes médias de produtividade na primeira safra de soja, entre 4.500 e 5.000 kg por hectare, dependendo da cidade. Eles também esperam um bom desempenho na safrinha, seja de milho ou de soja, já que, ao contrário de alguns estados brasileiros, no país vizinho é permitido plantar a oleaginosa consecutivamente.

Percorrendo a região na última semana, a equipe da Expedição Safra conversou com vários produtores locais em dois encontros, em San Cristóbal e Santa Rosa del Monday. O custo de produção foi semelhante ao ano passado, os preços nas vendas estavam bons e não houve perdas para doenças e pragas. “Foi uma safra muito boa, inclusive alguns produtores colheram melhor do que no ano passado”, conta Carlos Gracietti, gerente da unidade da Agrotec em Santa Rita.gazetadopovo
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