Turistas são tratados como prisioneiros em antiga cadeia soviética

Turistas são tratados como prisioneiros em antiga cadeia soviética
Uol
Imagine que, no meio de uma viagem, você se veja dormindo atrás das grades, recebendo ordens de guardas autoritários e até sendo obrigado a limpar um banheiro pra lá de sujo.
O que parece a visão de um pesadelo é, para muitos turistas, um divertido passeio de férias.
Na cidade de Liepaja, no oeste da Letônia, viajantes visitam uma antiga cadeia que foi administrada pelo regime soviético e pagam para serem tratados como prisioneiros do local.
Trata-se da prisão de Karosta, onde os tours oferecem diferentes doses de “sofrimento”: em um dos passeios, que tem 90 minutos de duração, os visitantes são interrogados em uma sala escura adornada com um quadro do líder bolchevique Lênin e recebem ordens ríspidas de homens uniformizados enquanto caminham pelos corredores do cárcere.
Os mais aventureiros, por sua vez, podem passar a noite na prisão, sobre as camas de ferro das deprimentes e mofadas celas do lugar (cujas paredes, muitas pintadas de preto, ainda exibem os desenhos e rabiscos de seus antigos ocupantes).
A ideia, aqui, é simular a vida dos detentos que passaram por Karosta, uma prisão construída em 1900 e que, durante boa parte do século 20, quando a Letônia fazia parte da União Soviética, esteve sob o domínio das forças de segurança de Moscou.
O comportamento autoritário dos guardas e a comida servida aos “prisioneiros” são uma reprodução da realidade deste cárcere nas décadas em que ele esteve ativo. Sua estrutura também permanece praticamente a mesma.
E os turistas são punidos (talvez de uma maneira um pouco mais branda do que antigamente) caso não obedeçam às ordens dos guardas: os castigos vão desde flexões de braço até a limpeza dos corredores e dos banheiros da cadeia. Todos assinam um termo de compromisso aceitando essas regras antes de começar o tour.
Para melhorar, reza a lenda que todo este lugar é mal-assombrado.
O passeio básico custa a partir de 4,50 euros (quase R$ 18). Já aqueles que querem dormir na prisão (passando por todos os perrengues incluídos no pacote) pagam 17 euros (cerca de R$ 67).