O sexo nu e cru

Em uma paulada só
Sexo bom não significa sexo em quantidade. Quebramos o tabu da maratona sexual noturna
PUBLICIDADE:
GARFO DE OURO
Você não foi feito para transar mais do que uma vez por noite. Fisiologicamente falando, claro. A verdade é que o sexo existe apenas para reprodução nos animais e, nós, homens, não deixamos de ser um. Entretanto, nada melhor do que quebrar essa regra darwinista e aproveitar 9 semanas e meia de amor resumidas em uma noite. O problema é que a banalização da frequência sexual transformou quantidade em qualidade. Ou seja, uma noite boa de sexo é aquela em que os corpos se atracam por mais vezes que o casal consiga contar. Esse tabu sexual gera polêmica, frustrações e, em alguns casos, ejaculação precoce e até uma broxada.
O sexo nu e cru
O médico urologista e chefe dos setor de Disfunção Miccional da Escola Paulista de Medicina Fernando Almeida é categórico na hora de tranquilizar os homens sexualmente ativos: “não existe um número ou uma quantidade normal de vezes que um homem pode fazer sexo. O considerado ‘normal’ é uma vez e acabou”. O que ocorre, e todos nós sabemos, é a busca pelo prazer. Fazer sexo mais de uma vez varia em cada pessoa. Alguns ficam satisfeitos com três, duas ou uma vez por noite. Já outros não se saciam por menos de oito durante o pernoite do motel. “Esses extremos, em alguns casos, chegam a ser anormais, de acordo com o perfil psicológico”, adiciona o médico.
Para justificar, Fernando explica que tanto o homem quanto a mulher possuem um período de latência pós-sexo muito relativo, que pode ser de meia hora até seis horas, que zera o desejo sexual nos indivíduos. “Esse é o tempo que não se tem desejo. Logo, a pessoa acaba forçando uma situação sendo que pode não ter desejo para demonstrar uma capacidade sexual. Existe um aspecto psicológico muito amplo em cima disso”, comenta.
O especialista explica que as pressões da sociedade talvez influenciem essa questão. “Podemos atrelar esses tabus à uma indústria que vende sexo, que demonstra órgãos sexuais grandes, uma atividade sexual mais bruta, frequência de relações absurdas como uma pressão nos indivíduos sexualmente ativos. Por isso, as pessoas têm procurado cada vez mais consultórios para ajuda sexual”, alerta. Além disso, o médico sugere também que muitos casos de falha no aparelho reprodutor masculino advém de um cansaço físico ou emocional que o homem passa. “O cara se sente pressionado a transar mesmo sem vontade. Ele falha e o problema fica cada vez maior. É preciso, então, não tentar suprir essa qualidade de sexo com quantidade, mas sim conversar e, se realmente for necessário, procurar uma orientação para o casal. Afinal, esse tipo de terapia serve para os dois. Para tornar a vida sexual de ambos saudável. Fora isso, o ideal é tornar a prática qualitativa. Com calma, com vontade, carinho e atenção, de maneira que os dois se satisfaçam. Transar muitas vezes chega a ser antifisiológico”, finaliza Fernando.
A terapeuta sexual californiana Barbara Keesling, autora do livro ‘Sex: A Man’s Guide’ reforça a afirmativa: “O homem precisa controlar a situação. Isso gera muita pressão. Mas o mais importante não é dar uma noite repleta de sexo para a parceira e sim uma noite com sexo satisfatório. Muitas mulheres não gozam e se sentem satisfeitas porque o parceiro é atencioso e cria uma situação em que, para elas, gozar é secundário”, completa.
Vi no Areah