“Mulas” por uma vida fácil

“Mulas” por uma vida fácil
A quantidade de pessoas presas dentro de ônibus de transporte intermunicipal ou interestadual nas rodovias de Mato Grosso do Sul portando quantias consideradas pequenas de entorpecentes para os padrões locais tem chamado a atenção. A cada semana, dezenas delas são detidas no Estado cometendo o crime de tráfico.
Em boa parte das ocorrências, elas vêm de outros Estados, com destaque para o Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Chamados de ‘mulas’, em alusão ao animal que transporta mercadorias em quantias menores, essas pessoas são cooptadas pelos grandes barões do tráfico com a garantia de que dificilmente serão pegos, ou, muitas vezes, resolvem se tornar ‘patrões’ em busca de ostentar o luxo a qual o dinheiro pode pagar. Eles se capitaneiam comercializando veículos, objetos e até casas e investem na droga em busca de revender o produto e triplicar suas cifras.
Porém, como mostrado diariamente, grande parte dessas ‘mulas’ acabam presas em celas frias e sem nada.
Toda aquela busca pelo dinheiro fácil, por regalias a qual o mesmo poderia lhe proporcionar com restaurantes caros e badalados, carro novo e outras situações, vão por terra, ou em muitas vezes, pra baixo da terra.
A lei branda e a morosidade da Justiça no país também auxiliam para que essas pessoas deixem de lado o trabalho formal, sob sol e chuva, para se aventurar nessas ações criminosas, mesmo sabendo que uma hora a casa cairá para eles, que já sabem até como argumentar quando são flagrados.
Recentemente uma mulher acabou presa em Dourados com pouco mais de 15 quilos de maconha e ao ser questionada sobre o crime, respondeu com outra pergunta ao repórter, passando a bola ao governo federal: “A Dilma não vai presa, né?”.
É claro que uma coisa nada tem a ver com a outra, porém, o exemplo dado por nossos políticos tem criado um desânimo tão grande para a população que ela se acha no direito de cometer os seus atos ilícitos, tomando as acusações e suspeitas dos mesmos como exemplo.
Enquanto isso, o crime e seus praticantes vão aumentando diariamente e com a quantidade dessas ‘mulas’ detidas, se tornará cada vez mais obrigatório aos governos construírem presídios ao invés de escolas.
DouradosNews