Há um ano, PF ‘visitava’ Puccinelli e ele prometia largar a política

Há um ano, PF ‘visitava’ Puccinelli e ele prometia largar a política

Agentes saíram com malotes do apartamento de André Puccinelli (Fotos: Arquivo Midiamax/Cleber Gellio e Henrique Kawaminami)

No dia 10 de maio de 2016 o apartamento onde mora o ex-governador André Puccinelli (PMDB), na região do Bairro Jardim dos Estados, foi alvo da 2ª fase da Operação Lama Asfáltica, batizada de ‘Fazendas de Lama’. Agentes da Polícia Federal ficaram por mais de uma hora no local e saíram com malotes, o conteúdo apreendido na residência até hoje não foi revelado.

Uma força tarefa da PF, CGU (Controladoria-Geral da União) e MPE-MS (Ministério Público Estadual), investigou contratos da gestão Puccinelli que ultrapassaram R$ 2 bilhões, e os agentes encontraram indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, corrupção passiva e ocultação de valores.

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A operação cumpriu ao todo 15 mandados de prisão temporária, 28 de busca e apreensão e 24 mandados de sequestro de bens dos investigados. Além de Campo Grande, a ação aconteceu nas cidades de Rio Negro, Curitiba (PR), Maringá (PR) Presidente Prudente (SP) e Tanabi (SP).

Na sede da PF, após a batida dos agentes, o ex-governador afirmou que havia sido surpreendido pelos policias ‘em trajes íntimos’, e negou irregularidades durante seu governo. André chegou a cogitar abandonar a política.

“Hoje em dia não compensa ser agente (político), você não rouba e fica com pecha de ladrão, o povo não te respeita mais. Um doido adversário acha que pode te xingar, você na rua com filho, filha com o neto”, disse André há exatamente um ano, em frente à superintendência da PF na Capital, onde contou ter ido ‘buscar informações’.

Apesar de ter afirmou que não disputaria mais cargos eletivos, o ex-governador é a grande aposta de seu partido, o PMDB, para reassumir o protagonismo político em Mato Grosso do Sul. A expectativa dos peemedebistas é que André se posicione oficialmente sobre disputar ou não a eleição de 2018 até o fim do primeiro semestre de 2017.

O ex-governador foi procurado para comentar a Operação da Polícia Federal em sua residência, bem como sobre possíveis desdobramentos das investigações no que lhe diz respeito. Segundo sua assessoria, ele está em viagem ao interior do Estado e não poderia atender a reportagem.

Já a PF informou, também por meio da assessoria, que a investigação ainda está em curso, ‘sem novidades’.