Chocolate traz benefícios, mas exagero pode provocar diarreia, enxaqueca e alergia

A Páscoa está se aproximando e, nesta época do ano, você há de concordar que é quase impossível resistir aos ovos. São tantos recheios, texturas, sabores, cores, formatos e tamanhos que fica difícil abrir mão desta iguaria em prol da saúde ou da dieta. A boa notícia é que o consumo está liberado e, com cautela, pode até trazer benefícios ao seu organismo, avisa a nutricionista Kátia Terumi Martinez Rodrigues Ushiama, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
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— O cacau contido no chocolate é uma fonte de flavonoides, substâncias antioxidantes que auxiliam na eliminação de radicais livres e conseguem inibir o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos, colaborando para a proteção cardiovascular.

A nutricionista Vanderli Marchiori acrescenta que “os flavonoides também melhoram o colesterol bom (HDL) e reduzem o colesterol ruim (LDL)”. Além disso, outras substâncias presentes no cacau auxiliam na diminuição dos níveis de glicose do sangue, aumentam a fixação de informações do cérebro e melhoram a disposição, o humor e o bem-estar.

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Provavelmente, você está com um enorme sorriso estampado no rosto e já escolhendo o ovo que vai atacar em alguns segundos. Calma! Nem todos os tipos de chocolate oferecem estes benefícios, alerta o nutrólogo Abib Maldaun Neto.

— Quanto mais amargo for o chocolate, melhor para a saúde, já que ele vai ter mais cacau e menos açúcar em sua composição.

Como o cacau é o ingrediente “de ouro” que traz os inúmeros benefícios à saúde e ao humor, não é de se espantar que o amargo e o meio amargo sejam as melhores opções. Neto orienta comer apenas um quadradinho de chocolate ao leite por dia, enquanto a quantidade de amargo aumenta para quatro.

De acordo com Kátia, os chocolates ao leite e branco contêm mais açúcar e gordura e, além de engordar, podem elevar a glicemia e o colesterol do organismo.

— Portanto, estas opções deixam de ter atividade cardioprotetora ou qualquer propriedade nutricional benéfica.

A ingestão exagerada do chocolate ao leite ultrapassa os prejuízos na balança. Segundo Vanderli, as mordidas e beliscadas a mais pode desencadear dor de barriga, diarreia, enxaqueca, descontrole glicêmico em portadores de diabetes e até processos alérgicos.

Chocolate na infância

No caso de crianças, como o gasto calórico é maior que o do adulto, o consumo de chocolate também pode ser mais flexível. Como a garotada nunca ganha apenas um ovo e costuma querer acabar com tudo de uma única vez, a dica do nutrólogo é oferecer o doce sempre após as refeições.

— Assim, a criança está com o estômago cheio e acaba consumindo uma quantidade menor de chocolate.

Outro conselho do médico é oferecer a versão meio amargo para que os pequenos se familiarizarem com o sabor.

— Paladar você pode ensinar desde criança. Os pais podem começar oferecendo chocolate 40% de cacau, depois 50%, até chegar aos 70%.

Para driblar os exageros, a nutricionista Maria Luiza Blanques Petty de Siqueira, do Departamento de Nutrição da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo), diz que é fundamental estabelecer limites para o consumo diário de chocolate da garotada.

— Um pedaço de mais ou menos 20 g de ovo de Páscoa não recheado pode ser uma quantidade adequada por dia.