Cãezinhos adotados pela PRF viram terror dos traficantes nas estradas de MS

Em Mato Grosso do Sul o melhor amigo do homem se tornou também o melhor companheiro no combate ao crime. É em forma de brincadeira que policiais do Grupamento de Operações com Cães da PRF (Polícia Rodoviária Federal) dividem o trabalho, e às vezes as horas livres, com os cães da corporação.
Em 2005, a PRF começou a treinar um grupo de cachorros para auxiliar na localização de drogas, munições e armas. Dez anos depois, o trabalho desenvolvido pelos guias e pelos animais ganhou espaço e reconhecimento. Só em 2015, o Grupamento de Operações de Cães já apreendeu mais de 58 quilos de cocaína, 150 gramas de haxixe e mais de 1.120 toneladas de maconha.
Para ‘entrar’ na PRF o cachorrinho, ainda não primeiros meses de vida, precisa ser doado ou adquirido pela própria instituição. Logo no início, ele passa por alguns testes, para ver se conseguirá desenvolver o trabalho e então começa a ser treinado.
São aproximadamente dois anos, até que o animal esteja pronto para ir para as rodovias, até lá eles aprendem a identificar as drogas através de caixas de odor e também criam um laço de amizade com o policial que acompanhará ele. A cada achado, os cachorros ganham um estímulo, no caso o brinquedo que ele prefere.
“Não existe isso que o cachorro é viciado, ele não tem contato com a droga, só identifica a assinatura química do entorpecente, para o animal é uma brincadeira, ela acha a droga e ganha o brinquedo”, explica o policial rodoviário federal Thiago Cunha, que é o guia da Maia, uma cadela de dois anos da raça pastor belga malinois.
Segundo Thiago, o treinamento intensifica e brinca com o instinto de caça do próprio animal, por isso algumas raças são as ‘preferidas’ da polícia, como o pastor alemão, o pastor belga malinois e o labrador. São essas raças que além de um faro mais apurado, também são dóceis, já que a relação entre animal e policial é fundamental para o desenvolvimento das atividades.
Cada cão é treinado especificamente para desenvolver uma função, como identificar drogas, armas e munições, localizar explosivos ou até mesmo pessoas. É nesse processo que cada animal também aprende os tipos de indicações, que podem ser a ativa (quando eles raspam o objeto que encontraram), ou a passiva (quando o cachorro senta e late assim que identifica algo errado, como é o caso dos explosivos).
Atualmente o GCO no Estado treina os animais para o combate ao tráfico de drogas e de armas. “Se uma vistoria em ônibus dura cerca de 2 horas, com os cães a gente faz em segundos, independente da quantia de droga” compara Thiago.
E foi exatamente isso que a Bela e a Maia, duas belgas malinois, mostraram para nossa equipe. Acompanhamos o trabalho do Grupamento de Operações de Cães por algumas horas no Posto 21 da PRF, localizado na BR-163 em Campo Grande, para entender um pouco melhor como funciona a abordagem com os animais.
A ação começa com os policiais parando carros suspeitos que passam pelo local. Se algo estiver ‘fora do normal, às cadelas são acionadas. Em poucos minutos elas farejam todo o veículo e se nada for encontrado, o proprietário é liberado.
Nos ônibus o mesmo procedimento. Depois de parados, Bela e Maia entram em ação para ajudar na revista aos bagageiros. Foi em uma dessas vistorias que a Bela, que tem menos de dois anos e ainda está em treinamento, encontrou uma bagagem com aproximadamente 3 gramas de maconha.
A droga estava escondida dentro de uma caixinha de chiclete, enrolada entre as roupas de uma jovem de 21 anos, que viajava de Dourados para Campo Grande. Ainda assim, logo que farejou a maconha Bela bateu na moc hila e olhou para o guia, indicando que era ali que a droga estava.
Ela repediu o mesmo procedimento duas vezes e a jovem, assim como a amiga de 25 anos, que também transportava 10 gramas do entorpecente na bolsa, foi detida. Depois do trabalho, Bela ganhou uma bolinha para brincar e voltou ‘feliz da vida’ para a viatura.
Depois de 8 anos de serviço, os cães policiais finalmente se aposentam. “Geralmente eles ficam com o próprio guia, caso não tenha como, o cachorro pode ser doado para outros policiais, depois para civis e caso nenhuma das alternativas resolva a instituição cuida deles até a morte, mas é muito difícil isso acontecer, eles costumam ser adotados”, conta Cunha.cesargaleano.com
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