Brasil deve suprir aumento da demanda chinesa por soja

Brasil deve suprir aumento da demanda chinesa por soja

De acordo com levantamento do banco Rabobank, especializado em mercado agropecuário, o Brasil deve suprir nada menos que 80% da demanda adicional de soja dos próximos dez anos. O gigante asiático deve ampliar em aproximadamente 35 milhões de toneladas suas compras externas da oleaginosa nesse período projetado, passando das atuais 91 milhões de toneladas (2016/2017) para 125 milhões de toneladas na próxima década.

Segundo a instituição financeira (sediada na Holanda), o Brasil terá de ampliar sua produção de soja em mada menos que 28 milhões de toneladas. Atualmente, o País produz 113,923 milhões de toneladas, de acordo com dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a safra 2016/2017. Isso significa que teria de ampliar em 24,5% sua produção para dar conta apenas da expansão do ‘apetite’ chinês.

A expectativa de aumento da demanda pelos asiáticos deve ocorrer em função do crescimento da pecuária, com destaque para os suínos. Outro fenômeno que deve influir é a migração massiva da população para os centros urbanos, que devem concentrar 65% do total do país em 2020, uma expansão de nove pontos percentuais, ou 150 milhões de pessoas a mais nas cidades.

De acordo com o Rabobank, o Brasil é o fornecedor em melhores condições de atender o crescimento da demanda chinesa. Isso porque os principais concorrentes não teriam condições de expandir suas produções de soja no ritmo exigido: os Estados Unidos devem ampliar esse número em 5 milhões de toneladas, enquanto a Argentina poderia fornecer apenas 4 milhões de toneladas a mais da atual quantidade nos próximos 10 anos.

“A produção da China de carne suína ainda é a maior do mundo, mas está passando por um processo de estabilização. O preço doméstico da carne suína na China é próximo do dobro da carne importada. O Brasil tem vendido a um preço bem superior em dólar em relação ao ano passado”, afirmou o analista do Rabobank Adolfo Fontes durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). 

Fonte: Agrolink