Apenas três PMs cuidam do policiamento diário em Paranhos

Mais de 10 dias após a chacina ocorrida em plena luz do dia em uma padaria na cidade de Paranhos, distante a cerca de 460 quilômetros de Campo Grande, ainda não há informações oficiais a respeito da motivação do crime, que resultou em cinco mortes.
A suspeita mais forte é de um acerto de contas entre facções rivais envolvidas com o tráfico de drogas – problemática constante enfrentada por policiais da região.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul, a ACS/MS, Edmar Soares da Silva, lamenta o ocorrido e relata que é quase impossível confrontar o crime organizado na fronteira. Em Paranhos, são dez policiais no total e, caso alguém entre de férias ou licença médica, a situação fica ainda pior. O total tem de ser dividido por no mínimo três agentes por plantão, o que resulta em apenas três homens trabalhando a cada 24 horas.
“Há uma defasagem no efetivo da Polícia Militar em todo o estado, que gira em torno de cinco mil profissionais. Hoje, são 4.900 PMs em atividade, quando o ideal seria 10 mil. Essa é uma questão crônica que vem se arrastando há anos, Paranhos não é exceção”, disse.
“Ano passado estive em Coronel Sapucaia, uma das regiões mais violentas do país, e havia só dois policiais de plantão, trabalhando em prédios sem a menor condição. Parece até brincadeira”. Edmar diz que há um bom relacionamento entre as forças policiais do estado e dos países vizinhos, mas que muitas vezes as mesmas são ainda mais deficitárias.
Segundo o representante da categoria, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), convocou neste ano 119 aprovados em concursos e que aguardavam assumir a vaga, o que ajudou um pouco a atender as questões mais urgentes, mas nem de longe resolveu o problema. Ele diz que sugeriu até que o estado convocasse quem passou apenas na primeira fase da prova, pedido que foi negado para não abrir precedentes e desorganizar ainda mais o trabalho.
Outra questão apontada como urgente é a melhoria na estrutura das delegacias, compra de equipamentos como coletes à prova de balas e armamento ‘compatível com a realidade na fronteira’, além de mais viaturas e combustível suficiente.http://internacionalnews.com/